BOGOTÁ – As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) solicitaram, nesta quinta-feira, a realização de uma perícia para esclarecer as circunstâncias da morte de dois guerrilheiros na província de Bolívar, na quarta. Trata-se da primeira vez que o acordo bilateral de cessar-fogo entre governo colombiano e guerrilheiros, firmado em agosto, foi quebrado.
Fontes oficiais declararam que os guerrilheiros foram mortos em combate, após serem vistos carregando armas fora da zona delimitada pelo governo. O comandante das Farc, Carlos Antonio Lozada, integrante da equipe que participa das negociações de paz com o governo, declarou que uma perícia é necessária para averiguar “se realmente houve combate”.
– Vamos exigir uma reunião com a instância nacional de monitoramento do cessar-fogo, porque ouvimos versões distintas da que foi divulgada ontem (quarta-feira) pelo Exército – declarou Lozada.
As mortes acontecem apenas quatro dias após governo e dissidentes finalizarem a revisão de um acordo de paz, chamado Acordo Geral para o Término do Conflito. A guerra contra as Farc já dura 52 anos e deixou mais de 200 mil mortos na Colômbia.
O acordo original de paz foi rejeitado pela população colombiana em plebiscito no último mês. O texto do novo pacto, anunciado em comunicado conjunto de representantes do governo e das Farc, contém várias propostas que apresentadas por distintos setores da sociedade colombiana, inclusive dos líderes do movimento pelo ?Não?, após a realização do plebiscito.
