Cotidiano

Famílias tem o prazo de um mês para sair de propriedade da Cohapar

Duas das famílias que residem irregularmente em imóveis que são de propriedade da Cohapar no Loteamento Novo Mundo, do Bairro Cascavel Velho, foram notificadas pessoalmente ontem pelo secretário de Ação Comunitária, José Carlos da Costa, o "Cocão", a deixar as moradias num prazo máximo de 30 dias, amigavelmente.

A terceira moradora, Maria Conceição Queiroz Meira, a "Maria Paraguaia", será notificada juridicamente, uma vez que encontra-se presa desde terça-feira (24) por suposto crime de tráfico internacional de pessoas, fato que também trouxe à tona o uso indevido dos imóveis de propriedade do Estado, que havia notificado o Município ainda em abril de 2015.

A notificação segue determinação do prefeito Leonaldo Paranhos para que os imóveis que não estão sendo utilizados para desenvolvimento de projetos sociais, conforme o projeto que deu origem ao convênio com o Estado, sejam devolvidos ao órgão estadual.

Auxílio

A Secretaria de Ação Comunitária irá auxiliar as famílias na mudança, como no caso do seo José Gonçalino dos Santos, que conseguiu uma casa com o filho, mas disse não ter condições de pagar um caminhão para o transporte dos móveis. Ele mora sozinho no imóvel. "Fico nervoso um pouco, porque faz sete anos que eu cuido disso, porque peguei era puro mato e deixei tudo organizado, mas isso aqui é resultado da gente ser honesto e trabalhador", reclamou o idoso.

"Tenho a casa de um filho meu e vou para lá. Graças a Deus não dependo disso. Eu não vim de outro mundo. Sou um cidadão cascavelense e o que aconteceu com ela [Maria Paraguaia] atingiu a gente aqui, pois vim para cá com autorização dela, que na época ela era vice-presidente do Bairro e aqui estou fazendo serviço de 'guarda', cuidando de um bem público".

Aval da Cohapar

Na época (2010), a Associação de Moradores tinha como presidente o líder comunitário Divino Godoi, que ontem acompanhou a notificação da Prefeitura às famílias e relatou toda a trajetória que deu origem à celeuma. Disse que colocou Maria Paraguaia numa das moradias, com aval da Cohapar, devido à relevância do trabalho social que ela desenvolvia à época e porque a mesma não teria onde morar. Ela, por sua vez, teria autorizado a vinda das duas outras famílias, como seo José que mora sozinho na antiga clínica odontológica, e da dona Dirce Aparecida Manoel dos Santos Ramos, que reside na casa construída nos fundos, em madeira, onde residem cinco pessoas, que disse hoje ao secretário que não têm para onde ir.