Cotidiano

Familiares de detentos reclamam de falta informação sobre mortos em massacre

IMG_7859.JPGMANAUS ? A movimentação em frente ao Instituto Médico Legal (IML), em Manaus, segue intensa na manhã desta terça-feira. Familiares dos 56 detentos que foram mortos durante a rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), que ocorre entre domingo e segunda, reclamam da demora e da falta de informações por parte dos funcionários do órgão. Além disso, os parentes acusam ainda os funcionários de debocharem e tirarem sarro da situação.

Juliano Neves, de 28 anos, conta que foi para a porta do IML na manhã de segunda. Segundo ele, inicialmente falaram que seu primo, Luciano Santos, que cumpria pena por roubo, não estaria entre os mortos e sim entre os foragidos. Mas na manhã de hoje, após passar mais de 24h em busca de informações, recebeu a notícia que seu parente estava entre os mortos.

? Eles não passam nada. Falam que tem uma lista, mas na verdade não tem lista nenhuma. Ontem pegaram os dados e disseram que iam nos ligar por volta de meia-noite, mas não ligaram. Hoje pela manhã tive que passar as características de novo e foi quando confirmaram que ele estava entre os mortos. Isso é desumano. Eles (funcionários) passam debochando da nossa cara. Ficam rindo da nossa cara e dizem que bandido tem que morrer mesmo. Isso é coisa que se faça? ? questionou Juliano.

A dona de casa Valdenice Nascimento, 45, também reclama da falta de informações e da demora para liberar a corpo de seu filho, Kairo Nascimento, 23, que cumpria pena de falsidade ideológica. Ela conta que o corpo do seu filho foi identificado ainda ontem e que até agora ninguém a procurou para oficializar a liberação.

? Eu quero enterrar o meu filho. Sei que ele fez algo errado, mas estava cumprindo sua pena. Não acho justo tirarem a vida dele e ainda precisar passar por essa humilhação aqui na porta do IML. Desde ontem não me passaram mais nada. Se já identificaram e fizeram o reconhecimento, custa liberar? Eles estão demorando pra fazer tudo e não pensam que tem uma mãe aqui.