Cotidiano

Família Vianna: Pai e filho inscrevem seus nomes na história de Foz

Foz do Iguaçu – A história de Foz do Iguaçu, que completa hoje 103 anos de emancipação, está intimamente ligada a vários grupos familiares tradicionais, mas talvez nenhum tenha tamanha contribuição ao desenvolvimento da cidade, no passado e no presente, quanto a família Vianna.

Como prefeito, o coronel do Exército Clóvis Cunha Vianna comandou Foz por uma década (de 1974 a 1984) e usou seu mandato para preparar a cidade para receber as obras daquela que se tornaria a maior geradora de energia elétrica do mundo, a Itaipu. O que certamente não imaginou é que 33 anos depois de deixar o cargo, seu filho Luiz Fernando Vianna assumiria o comando da usina que mudou a história do Oeste paranaense como um todo.

O coronel, falecido em 2010, “teria muito orgulho disso”, diz Luiz Fernando, lembrando que sua família sempre teve muito amor por Foz do Iguaçu. A mãe, Dona Léa, foi uma primeira-dama ativa, responsável pela criação da Guarda Mirim. E ele, embora nascido em Curitiba, se considera iguaçuense de coração, pois visitava Foz seguidamente para acompanhar a construção de Itaipu.

O anúncio das obras da usina provocou um inchaço repentino de Foz do Iguaçu, cuja população saltou de pouco mais de 30 mil para 150 mil habitantes entre as décadas de 1970 e 1980. Coube ao então prefeito Clóvis cuidar para que a cidade não se transformasse num caos urbano e promover uma transformação radical na infraestrutura.

 

NOVOS DESAFIOS

Se coube ao coronel Clóvis Cunha Vianna administrar Foz no auge das obras de Itaipu, ao filho Luiz Fernando cabe a missão não apenas de administrar a empresa binacional, mas também de prepará-la para duas grandes mudanças: a primeira é sua atualização tecnológica, em especial das 18 unidades geradoras (de um total de 20) fabricadas nos anos 1980 e 1990.  A previsão é que essa modernização seja concluída em dez anos, a um custo previsto de US$ 500 milhões.

A outra grande missão é desenvolver estudos para a revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu. O documento, que completa 50 anos em 2023, terá que ser reformulado até esta data em comum acordo com o Paraguai. Ele sabe que será uma negociação complexa, mas acredita firmemente que o Brasil e o Paraguai chegarão a um consenso que vai beneficiar de forma igualitária os dois países.

FELIZES COINCIDÊNCIAS

A vinda para a Itaipu tem um sabor especial para Luiz Fernando Vianna. “São muitas coincidências. Além de a minha família ter vivido aqui, de meu pai ter administrado a cidade, de minha própria relação com Foz do Iguaçu, quando eu era empregado de Furnas eu cheguei a trabalhar no projeto das linhas de transmissão da energia de Itaipu”, relembra. “Estar aqui é um grande orgulho para mim. Vou trabalhar com o máximo de responsabilidade para honrar o trabalho que meu pai fez por essa cidade”, garante.