Política

Falta de leitos no MP

Investigação aberta pelo Ministério Público apura a falta de leitos de média e alta complexidades em Cascavel. Ainda na fase inicial, o processo pretende responsabilizar – por meio de ação civil que será encaminhada ao Judiciário – o novo secretário de Estado de Saúde, Antônio Carlos Nardi, o diretor da 10ª Regional de Saúde, Miroslau Bailak, e o reitor da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), Paulo Sérgio Wolf, o Cascá.

A apuração da Promotoria de Saúde está concentrada na Central de Regulação de Leitos: dados apontam sobras de AIHs (Autorizações de Internações Hospitalares), mesmo com alta demanda de pacientes pelo SUS (Sistema Único de Saúde). “Pretendemos saber da realidade em relação as AIHs: pelo menos 400 sobram todo mês. Mas os pacientes não conseguem vagas. Queremos saber o motivo pelo qual isso vem acontecendo”, diz o promotor, Ângelo Mazzuchi.

A questão ainda a ser respondida pela Central de Regulação de Leitos é justamente como há sobras de vagas, se as UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) de Cascavel, por exemplo, estão lotadas. O caso mais sério está na UPA Veneza – referência em urgência e emergência para ortopedia. “Não temos algo concreto, por isso, os médicos reguladores da Central de Leitos terão que nos apontar respostas. Porém, a responsabilidade, independente da justificativa, é do gestor estadual. É ele quem deve resolver isso”, diz Mazzuchi.

Entre 2015 e 2017 foram 731 mortes nas UPAs de Cascavel – caso analisado pelo Tribunal de Contas e também pela Procuradoria Geral de Justiça. A superlotação é causada, conforme denúncia, por omissões do Estado e do Município.

Unioeste

Cascá será responsabilizado pela demora em abrir novos leitos da nova ala construída e inaugurada ano passado no Hospital Universitário. Dez leitos só foram abertos após acordo intermediado pela Promotoria, onde a Prefeitura cedeu dez técnicos de enfermagem para que o atendimento fosse iniciado. Porém, outros 20 leitos continuam fechados. “O Estado que tinha obrigação não fez nada, absolutamente nada. Se não fosse o Município, não estaria funcionando”, diz Mazzuchi.

JOSIMAR BAGATOLI