Cotidiano

Facebook lança outro app semelhante ao Snapchat, dessa vez apenas para estudantes

RIO – O Facebook lançou nesta semana mais um aplicativo para concorrer com o sucesso do Snapchat entre os adolescentes. O Lifestage, por enquanto disponível apenas ainda para dispositivos da Apple nos EUA, permite o compartilhamento de imagens e vídeos feitos pelos usuários, que são então transformados em perfis de vídeos de cada usuário. Por enquanto, o Lifestage não tem função de conversa direta entre usuários.

A ideia por trás do app é conectar alunos da mesma escola. Eles poderão ver perfis de outros alunos quando sua escola tiver mais de 20 membros registrados. Entretanto, o aplicativo tem dois problemas que já geraram críticas: não há forma de garantir que os usuários são realmente alunos de uma escola e todos os vídeos são públicos, sem nenhum controle de privacidade de quem os sobe.

“Não podemos confirmar que as pessoas que dizem que vão à uma certa escola realmente estudam lá. Todos os vídeos que você subir no app são de conteúdo público”, avisa o programa.

Na loja do iTunes, o app está com uma avaliação de 2,5 estrelas (o máximo são 5), com comentários chamando-o de “confuso”, “estranho” e “meio assustador”.

Alvo: quem acha que o Facebook é coisa de mãe

Segundo o site especializado Statista, apenas 8% dos usuários americanos do Facebook tem entre 13 e 19 anos. Muitos dos jovens preferem o Snapchat, rede onde não tem a atenção dos pais. Assim como o novo Instagram Stories, o Lifestage quer combater isso, mantendo-os dentro da família de apps da empresa.

O app foi criado por um dos gerentes de produto do Facebook, Michael Sayman, que tem 19 anos. Em um post, ele escreveu que o Lifestage quer resgatar os dias iniciais da rede de Mark Zuckerberg.

“Lá em 2004, o Facebook era sobre “Quem eu sou”. Eu podia postar sobre meu status de relacionamento, compartilhar minha música favorita, era sobre me expressar. Hoje cresceu e é algo muito maior. Vemos espaço para explorar esse conceito do quem sou eu de novo, mas para a geração Z, em 2016″, disse ele.

Já especialistas criticam a mesma coisa defendida por Sayman, a falta de limites (aparentemente desejados por usuários, vide as críticas nas avaliações no iTunes) na privacidade.

“A falta de configurações de privacidade já no lançamento é indicativo da ideologia do Facebook: ser aberto e conectado o máximo possível. Do ponto de vista deles, isso é uma grande ideia. Só que às vezes ser aberto pode impedir as pessoas de se conectarem. Eles já sabem disso: tem os dados. As pessoas estão relutantes em compartilharem coisas on-line porque não querem que todos vejam”, afirma o doutor Bernie Hogan, do Instituto de Internet de Oxford, à BBC.

“Parece que mais uma vez eles vão tentar forçar as pessoas a mudar o limite do que acham aceitável compartilhar on-line e depois vão recuar com as críticas públicas”.