As exportações em Cascavel caíram 29,18% de janeiro a novembro de 2016, conforme apontam os dados da balança comercial, divulgados pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). A queda foi tão brusca que se deixou de arrecadar US$ 112.411.952 em comparação com o mesmo período de 2015, quando o movimento de vendas externas resultou em um montante de US$ 388.675.903 ante os atuais US$ 275.263.951.
A carne de frango e miudezas, produto que está no topo das exportações do município, viu sua venda cair 33%. Em 11 meses, o volume financeiro foi de US$ 111,5 milhões. Já no ano retrasado, no mesmo período, o mesmo produto faturou US$ 170,2 milhões.
O que também encolheu foi a exportação de soja (- 43%), óleo de soja (-47%) e adubos e fertilizantes (-18%). No entanto, o milho deixa o cenário ainda mais drástico. Conforme o Mdic, o recuo chegou a 77,8%, passando dos US$ 16.037.306 comercializados em 2015 para US$ 3,5 milhões até novembro de 2016.
De acordo com o economista Camilo Motter, o cenário é típico de um ano de crise, tanto econômica quanto de abastecimento, em que o setor exportador cai muito rapidamente e cria também uma carência na principal atividade da região, que é o agronegócio. É uma combinação de dois fatores: crise econômica generalizada e a [crise] de abastecimento, sobretudo de milho, que somente em 2015 registrou uma quebra de 22% na produção em todo o Brasil, o que corresponde a 18 milhões de toneladas, explica Motter.
Com as exportações reduzidas e a produção em queda, a saída foi recorrer às importações, que tiveram uma alta de 9,2% em relação a 2015. Cascavel importou desde o início do ano passado US$ 155.432.243, especialmente com tiocompostos orgânicos, principal compra do município, que somou no período US$ 32.599.978, além do trigo (US$ 25,8 milhões), adubos minerais ou químicos (US$ 20,6 milhões) e milho (US$ 8,4 milhões).
O câmbio, neste caso é, considerado fator secundário, mas que também interferiu no resultado da balança comercial de novembro, que fechou com saldo positivo de US$ 119,8 milhões em Cascavel.
