Policial

Exército mobiliza tropas para cercar Rio

São Paulo – O Exército mobilizou tropas de São Paulo e de Minas Gerais para cercar o Rio de Janeiro. Homens da 12ª Brigada de Infantaria (Aeromóvel), com sede em Caçapava (SP), no Vale do Paraíba, e da 4ª Brigada de Infantaria Leve (Montanha), localizada em Juiz de Fora (MG), estão sendo usados para cercar as estradas BR-101, BR-116 e BR-040, que dão acesso ao Rio. A previsão é de que eles sejam mobilizados também para outras ações.

Os militares foram deslocados de seus quartéis nos Estados vizinhos até o Rio, onde foram montados os bloqueios. A decisão de usar essas tropas e deixá-las de prontidão para apoiar a intervenção federal no Rio se deve ao fato da proximidade dessas unidades às divisas estaduais.

O efetivo empregado não foi divulgado.

Para a proteção da divisa com o Espírito Santo, o CML usou tropas estacionadas na região de Campos (RJ). No caso dos eixos em direção a São Paulo e Minas, o Exército dispõe ainda de uma unidade de cavalaria, o 1º Esquadrão de Cavalaria Leve, em Valença (RJ).

Migração plausível

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse ontem que a possibilidade de migração de criminosos do Rio de Janeiro para outros estados é “plausível” e causa preocupação. O Rio está sob intervenção federal na área de segurança pública desde a última sexta-feira (16).

Raul Jungmann disse ainda que, na próxima semana, o general Walter Souza Braga Netto, nomeado interventor na área de segurança pública do Rio de Janeiro, deve apresentar à imprensa o plano detalhado de ação no Estado. “Ele espera nos próximos dias apresentar. Acho que essa semana não mais, mas possivelmente no início da próxima”, disse Jungmann.

Segundo Jugmann, a migração do crime ocorre onde há maior eficácia das forças de segurança e pode se dar inclusive dentro de um mesmo estado. “É plausível [a migração do crime organizado]. Essa migração ocorre dentro do Rio de Janeiro, dentro de Pernambuco, dentro de Goiás. Onde você tem uma eficácia maior das forças de segurança, o crime em certa medida migra. Essa é uma preocupação que temos que ter e temos que cuidar para que ela não se corporifique”, disse, em entrevista a jornalistas.