SÃO PAULO. Francisco Ranulfo Rodrigues, superintendente de obras da Queiroz Galvão, negou que tenha firmado contrato de falsa prestação de serviços com a KFC Hidrossemeadura, empresa usada para repasse de propinas para o PP e para o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. O delator Leonardo Meirelles afirmou que comprou a KFC no fim de 2011 e que usou a empresa para repassar propina para a empreiteira.
O contrato assinado por Rodrigues é de janeiro de 2012, no valor de R$ 1,285 milhão. Em depoimento à Polícia Federal, na última segunda-feira, Rodrigues disse que a KFC prestou de fatos serviços para obras da BR-101 em Santa Catarina, sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Os delegados da Polícia Federal também perguntaram a Rodrigues sobre valores mencionados em emails internos da companhia como “remessa” ou “numerário extra”. A equipe de análise da PF atribui as rubricas a repasses não declarados de dinheiro para partidos políticos. Em junho de 2012, uma troca de emails registra o envio de R$ 500 mil para o escritório de São Paulo. Para a PF, o dinheiro teve como destinatário o PT. Rodrigues negou ter conhecimento sobre repasses a partidos políticos.
A Queiroz Galvão é a última das grandes construtoras do país a ter seus contratos e pagamentos investigados pela Lava-Jato. Alvo da 33ª Fase da Lava Jato, batizada de “Resta Um”, desencadeada no início deste mês, a construtora já foi mencionada por delatores da Lava-Jato como uma das repassadoras de propina.
No ranking das construtoras que prestavam serviços à Petrobras, a Queiroz Galvão ocupa o segundo lugar, atrás apenas da Odebrecht.
O Ministério Público Federal tem afirmado que só há espaço para mais uma construtora como colaboradora da Lava-Jato. A Queiroz Galvão informa que tem colaborado com as investigações.