Política

EXCLUSIVO:Inteligência do Paraná investiga articulação de “falso” atentado a Lula

Quedas do Iguaçu – A preocupação com relação aos atos orquestrados pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) no julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dia 24 de janeiro no TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em Porto Alegre, tem colocado até as Forças Armadas em alerta. Isso porque, explicitamente, o MST tem convocado por todo o País sem-terra para que ocupem em massa a capital gaúcha e promovam uma série de manifestações por todo o País naquela quarta-feira.

No Paraná, um dos principais redutos do MST, que comanda uma das – se não a maior – maiores concentrações de sem-terra do Brasil, em Quedas do Iguaçu, a situação é ainda mais tensa. A reportagem do Jornal O Paraná teve acesso com exclusividade a informações que revelam um elaborado e até macabro plano elaborado por pessoas envolvidas com a alta cúpula petista e que conta com a “mão de obra” dos sem-terra instalados em Quedas.

Uma fonte que transita livremente pelos acampamentos revelou, em detalhes, que está sendo traçado um falso atentado contra o ex-presidente para aquele dia. A reportagem procurou os líderes de segurança estadual, mas eles estão em férias. Contudo, descobriu que o serviço de inteligência do Paraná acompanha essas articulações e que, por motivos de segurança, não podem dar detalhes. Entretanto, ninguém desmente informação alguma.

Luz de alerta

O serviço de inteligência nacional também tem acompanhado de perto as “mensagens” de João Pedro Stédile, líder do MST, que divulgou vídeo dizendo que a Frente Brasil Popular pretende realizar atos em defesa do ex-presidente Lula. A questão vai além da simples convocação. Foi o tom da mensagem de Stédile que “acendeu a luz de alerta” dos serviços de inteligência das Forças Armadas.

Oficialmente, as instituições dizem que acompanham as atividades de movimentos como o MST e de seus líderes, como Stédile, “dentro da agenda de trabalho de rotina em todo o País”. O alto comando das Forças recebe regularmente relatórios sobre ações dos grupos mais ativos.

O atentado

Fontes consultadas pela reportagem do Jornal O Paraná especulam os motivos que teriam um falso atentado ao presidente Lula. E as hipóteses são várias e consistentes.

Se condenado em segunda instância (o TRF avalia recurso de Lula quanto à condenação à prisão devido ao triplex no Guarujá expedida pelo juiz federal Sérgio Moro), Lula perde seus direitos políticos e pode até ser preso. Essa condição lhe tira – ou ao menos dificulta bastante – suas pretensões de se lançar candidato a presidente do Brasil.

Vítima de um atentado, Lula seria elevado à condição de mártir (o que tem buscado incansavelmente País afora), tentaria manter sua “honra” inabalada e manter o discurso de golpe e ainda daria ao PT a “liberdade” de pôr outro nome na disputa, sem contar que tudo isso teria grande apelo emocional durante a campanha para assegurar a vitória nas urnas.

Outra análise vai ainda mais além, e lança no ar a seguinte questão: quanto o PT e os movimentos aliados ganhariam com a morte de seu grande líder perseguido pela elite brasileira?

“Luta de classes” na campanha

Na convocação feita no vídeo, João Stédile afirma ainda que o MST e outros 87 grupos e partidos que integram a Frente Brasil Popular preparam, a partir de março, uma série de mobilizações em defesa do ex-presidente Lula que vai culminar em ato para 100 mil pessoas no Maracanã, em julho. A partir de então, segundo Stédile, os movimentos vão transformar a campanha eleitoral em uma “luta de classes”.

Stédile diz que a ideia é realizar, a partir de março, etapas do processo que ele chamou de “congresso do povo” em todos os municípios brasileiros. Em seguida, as propostas seriam levadas a encontros estaduais. “E, finalmente, depois da Copa do Mundo, lá pelo fim de julho, faremos o congresso do povo nacional em pleno Maracanã para juntar 100 mil, 120 mil militantes”, disse Stédile. “Teremos um 2018 cheio de mobilizações, de muita disputa política em que a própria campanha eleitoral se transformará em uma verdadeira luta de classes”, disse Stédile.

Para delegado da PF, MST age como organização terrorista

Catanduvas – Sob o pretexto dos protestos no dia do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex do Guarujá que ocorre no dia 24 de janeiro no TRF em Porto Alegre, o ano promete começar quente no que tange o MST.

Além dessa mobilização, o MST definiu que “vai massificar seus acampamentos e intensificar as mobilizações pela desapropriação de áreas emblemáticas que estão ligadas, principalmente, a políticos envolvidos em esquemas de corrupção”.

Ocorre que a ocupação de áreas é algo amplamente alertado no relatório da CPI das Questões Fundiárias da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná. O documento será apresentado em fevereiro com alerta para o risco de invasão em massa no Paraná, berço do MST e onde o movimento está bastante presente, e que deve ser expandido para todo o Brasil.

Ocorre que a ocupação de áreas é algo amplamente alertado no relatório da CPI das Questões Fundiárias da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná. O documento será apresentado em fevereiro com alerta para o risco de invasão em massa no Paraná, berço do MST e onde o movimento está bastante presente, e que deve ser expandido para todo o Brasil. E a questão Lula vai servir de “bode expiatório” para quase todas as ações: “Durante os trabalhos da CPI, constatou-se que poderá haver um processo de invasão de terras em massa caso Lula seja condenado em segunda instância e não possa ser candidato”, conta o presidente da CPI, deputado Marcio Pauliki.

Somente no Paraná existem hoje 127 áreas invadidas entre espaços urbanos e rurais. A maioria deles corresponde a áreas rurais. A fila de espera por um pedaço de chão à reforma agrária no Estado chegaria a 5,8 mil famílias. “Mas o próprio Incra reconhece que a fila pode estar defasada. Pode estar nela gente que não precisa nem nunca precisou de terras, assim como pessoas que poderiam ter acesso a um pedaço de chão, mas que não constam nesta relação”, seguiu o deputado.

PF está de olho

O delegado-chefe da Polícia Federal em Cascavel, Marco Smith, admite a ciência dessa intenção de invasões em massa, além dos possíveis ataques às torres de transmissão de energia, prática, segundo ele, nada incomum.

E o delegado vai além: são ações de uma organização que, por seus métodos de atuação, se aproxima de uma organização terrorista. “Além das invasões, muito provavelmente vão acontecer os atentados às torres de transmissão e distribuição de energias elétrica”, alerta.

Para tentar conter estas situações, um trabalho de inteligência já está sendo realizado, inclusive pela Polícia Federal.

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