Cotidiano

Ex-senador kirchnerista tenta sair do país com US$ 30 mil em mala

ni.jpgBUENOS AIRES ? Os escândalos envolvendo kirchneristas e dólares continuam surpreendendo os argentinos. Na noite da última terça-feira, o ex-senador Nicolás Fernández, da peronista Frente para a Vitória (FpV) ? sublegenda do Partido Justicialista fundada pelo ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007) ?, foi impedido de embarcar num voo com destino a Miami quando agentes da Polícia Aeronáutica encontraram US$ 30 mil em sua mala. As normas locais estabelecem que cada passageiro pode transportar, no máximo, US$ 10 mil.

Fernández não conseguiu viajar e agora deverá dar explicações à Justiça. O caso está nas mãos do juiz Rafael Caputo, que investigará a origem do dinheiro encontrado na mala do ex-senador.

Em junho passado, o kirchnerismo mergulhou numa crise interna após a detenção do ex-secretário de Obras Públicas, José López, que foi preso quando tentava esconder mais de US$ 9 milhões num mosteiro na província de Buenos Aires. López continua detido e nos últimos dias a Justiça realizou inspeções nos mosteiro e confirmou que o relacionamento entre o ex-funcionário e as autoridades eclesiásticas existia há cerca de dez anos.

O juiz Daniel Rafecas, encarregado do caso, informou que foram “estabelecidos vínculos entre López e o bispo Ruben Di Monte (já falecido)”.

? O relacionamento existe há pelo menos dez anos ? declarou o magistrado.

O caso de López surpreendeu até mesmo muitos kirchneristas, que admitiram sentir “vergonha” pela prisão do ex-secretário. Quando foi detido, López tinha cerca de US$ 9 milhões, uma quantidade não especificada de euros e muitas joias. Esta semana, o juiz interrogará algumas das freiras do mosteiro. A Justiça, segundo informações publicadas pela imprensa local, suspeita que algumas das freiras tentaram ajudar López a esconder o dinheiro.

A própria ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015) já foi processada e continua sendo alvo de delicadas investigações sobre suposta lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito, irregularidades em operações de venda de dólares no Banco Central e falsificação de documentos públicos. Outros ex-funcionários também já foram processados e, em alguns casos, como o do ex-secretário de Transporte, Ricardo Jaime, presos.