Cotidiano

Ex-mulher de Cabral diz em depoimento que recebia até R$ 20 mil por mês do ex-governador

suzane1.jpgRIO – A ex-mulher de Sérgio Cabral, Susana Neves Cabral, afirmou em depoimento à Polícia Federal que recebia de R$ 5 mil a R$ 20 mil por mês como uma espécie de pensão informal pelos três filhos que tem com o ex-governador do Rio, de acordo com informações obtidas pela GloboNews. O pagamento, segundo ela, era feito por Luiz Carlos Bezerra, apontado como operador financeiro do esquema liderado por Cabral, que teria movimentado mais de R$ 340 milhões. O dinheiro, segundo ela, seria entregue em espécie para custear despesas de casa.

Susana foi alvo de um mandado de condução coercitiva na Operação Eficiência, deflagrada na última quinta-feira, e prestou depoimento na sede da Polícia Federal, no Rio.

Ainda de acordo com a GloboNews, nas planilhas obtidas pelo Ministério Público Federal, sobre os gastos de Cabral, há registros de uma pessoa chamada “Susi”. A ex-mulher de Cabral, porém, disse desconhecer quem seria a beneficiária destes pagamentos.

No período compreendido entre 2014 a 2016, a ex-mulher de Cabral recebeu, ao menos, 13 vezes valores transferidos por Carlos Bezerra e Carlos Miranda, também apontado como operador do esquema, oriundo de recursos ilícitos, totalizando R$ 883 mil. No entanto, o valor pode ser ainda maior, segundo a investigação, já que há outros nomes que poderiam se referir a ela.

De acordo com o advogado de defesa de Suzana, Sérgio Riera, ela não sabia a origem do dinheiro. “Eles poderiam tê-la intimado. Ela viria responder as perguntas sem problemas. Não precisava dessa violência.”, disse Riera ao se referir ao mandado de condução coercitiva.

No despacho em que determinou a Operação Eficiência, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal do Rio, diz que Susana é a pessoa que “seria direta e constantemente beneficiada com vultosas transferências de valores, ao que parece obtidos pela atuação ilícita da Organização Criminosa (ORCRIM) descrita”.

A Eficiência é uma segunda fase da Operação Calicute, uma desmembramento da Lava-Jato no Rio, e também determinou a prisão do empresário Eike Batista, considerado foragido. As investigações apontam que Eike e Fla?vio Godinho, do grupo EBX, pagaram propina de US$ 16,5 milho?es ao ex-governador Sérgio Cabral.