Cotidiano

Ex-ministro cita lavagem de dinheiro e narcotráfico contra Keiko Fujimori

LIMA — A uma semana das eleições presidenciais peruanas, os dois últimos rivais da disputa delinearam suas propostas de governo em um debate marcado pela intensa troca de acusações. Entre os ataques, o economista Pedro Pablo Kuczynski afirmou que um eventual governo de Keiko Fujimori levaria ao risco de um narcoestado, além de ter citado onze congressistas fujimoristas investigados por lavagem de dinheiro — dos quais cinco poderiam ter conexões com o tráfico de drogas.

— O narcotráfico, a corrupção e a criminalidade são os três cavaleiros do apocalipse, isso explica muito da corrupção que ocorre agora e por isso é tão importante demarcar o tráfico de drogas e não ter nenhuma associação com lavagem de dinheiro — disse Kuczynski, líder do Peruanos por Kambio (PPK).

O ex-ministro da economia do Peru pediu que Keiko explicasse a descoberta de 91 quilos de cocaína no depósito de uma empresa do seu irmão em 2013. Ele também fez críticas ao vice presidente do partido de Keiko, José Chlimper, afirmando que ele está envolvido em um escândalo para influenciar jornalistas.

— Como todo negócio, o dos meus irmãos é atacado pelo narcotráfico — respondeu Keiko.

Este foi o último encontro entre os dois rivais antes da eleição. Na última semana, Keiko, do partido Fuerza Popular, somou apoio e rompeu o empate técnico que mantinha com Kuczynski. Hoje, os aliados da filha de Alberto Fujimori — ex-presidente peruano hoje preso por corrupção e crimes contra a Humanidade — têm a maioria absoluta no Parlamento.

— Estou preparada, estou pronta, sabemos o que queremos fazer (…). Tenho a força para trabalhar por um país reconciliado — disse Fujimori ao encerrar o debate.

De acordo com uma simulação de votação da empresa Ipsos divulgada no domingo, Keiko, de 41 anos, é a favorita para ocupar a Presidência, com 45,9% de apoio popular. Já Kuczynski, economista e ex-funcionário do Banco Mundial de 77 anos, aparece com 40,6%. das intenções de voto.