Cotidiano

Ex-líder do Parlamento europeu venceria Merkel em eleição para chanceler, diz pesquisa

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BERLIM ? Em uma eleição direta para a liderança do governo alemão, a atual chanceler, Angela Merkel, sairia derrotada na disputa contra Martin Schulz, ex-presidente do Parlamento europeu e candidato social-democrata, segundo uma pesquisa sobre a votação marcada para setembro na Alemanha. A sondagem do Forschungsgruppe Wahlen para a emissora ZDF mostrou que 49% dos alemães querem que Schulz seja o novo chanceler, enquanto 38% preferem que Merkel permaneça no cargo. Merkel vem perdendo popularidade no seu governo, sobretudo, pela sua política de recepção em massa de refugiados frente à crise migratória na Europa.

O resultado marca uma mudança em relação a janeiro, quando a pesquisa do mesmo instituto mostrou uma diferença de quatro pontos percentuais a favor de Merkel sobre Schulz (44% a 40%). Outro levantamento também divulgado no início de fevereiro já havia mostrado que Schulz ultrapassava Merkel.

O Partido Social Democrata (SPD, na sigla em alemão), membro minoritário na coalizão do governo alemão, tem ficado atrás de seus parceiros do bloco conservador por anos nas pesquisas de opinião. Porém, a indicação de Schulz reanimou o apoio à legenda, que venceu pela última vez em 2002 com o ex-chanceler Gerhard Schroeder.

Levando em conta a votação por partidos, a pesquisa mostrou um aumento de 6 para 30 pontos percentuais no apoio ao SPD, maior nível já registrado pelo instituto nesta legislatura.

Já o bloco conservador encabeçado por Merkel ? formado pelo Partido Democrata Cristão (CDU, em alemão), da chanceler, e por seu aliado bávaro União Social Cristã (CSU, na sigla local) ? perdeu dois pontos, ficando com 34%.

A legenda anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD) perdeu um ponto percentual, mas está na terceira posição com 10% de apoio. O partido tem sido impulsionado pelos temores com a segurança e com a integração de mais de 1 milhão de imigrantes que chegaram ao país nos últimos dois anos.

O AfD está à frente dos Verdes, com 9%, e do partido de extrema esquerda Linke, que soma 7%. O Pró-mercado Democratas Livres (FDP) aparece com 6%, o suficiente para superar a barreira de 5% de apoio necessária para se obter cadeiras no Parlamento.

Cerca de 30% dos eleitores gostaria de ver uma aliança inclinada à esquerda formada pelas legendas SPD, Verdes e Linke, enquanto 44% são contra essa coalizão.

A pesquisa ouviu 1.231 pessoas entre os dias 14 e 16 de fevereiro.