Cotidiano

Ex-diretor da Petrobras entrega foto para confirmar encontro com Lula

A defesa do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque entregou à Justiça Federal de Curitiba uma foto em que ele aparece abraçado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo os advogados, a fotografia registra um encontro de 2012, que seria um dos três encontros que teve com Lula para tratar de assuntos referentes a contratos da Petrobras e arrecadação de dinheiro para o PT.

Um segundo encontro, segundo os advogados, foi o que ocorreu no hangar da TAM em Congonhas, quando, segundo Duque, Lula teria perguntado se ele mantinha contas na Suíça. Para comprovar, Duque informou que a reunião ocorreu no dia 2 de junho de 2014 e que viajou do Rio de Janeiro para São Paulo no voo JJ3944 -CGH-SDU e retornou no voo SDU-CGH.

O texto da petição informa que os encontros com Lula foram registrados em fotografia, mas não informa sobre o terceiro, que teria ocorrido em 2013.

A petição informa ainda que Duque renuncia a direitos das contas Satiras e Drenos, no Banco Cramer, na Suíça, e Pamofre e Milzart, no Banco Julius Baer, em Mônaco. O dinheiro já foi bloqueado pela Lava-Jato. Moro já condenou Duque a 53 anos de prisão por crimes relacionados à Petrobras.

Segundo o Ministério Público Federal, Duque movimentou 20,5 milhões de euros (cerca de R$ 70 milhões) por contas na Suíça, Hong Kong, Bahamas, Estados Unidos, Panamá e Portugal. A movimentação chamou atenção quando Duque passou a transferir 20 milhões de euros da Suíça para Monaco.

Documento enviados à Força-Tarefa mostram que, entre julho e agosto de 2014, o total de 1,3 milhão de euros — representado por 13 títulos de valores mobiliários — foi transferido para contas abertas em nomes das offshores Milzart Overseas Holdings e Pamore Assets Inc, no Banco Julius Baer.

Antes disso, em maio de 2014, já haviam sido feitas outras 13 transferências de títulos que totalizaram 4,1 milhões de euros. Além de Suíça e Hong Kong, Duque transferiu recursos das Bahamas, dos Estados Unidos, do Panamá e de Portugal para as contas de Mônaco entre 2009 e 2014.