Cotidiano

Ex-deputado, capitão da PM do ES se entrega e é preso por liderar motim

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VITÓRIA. O ex-deputado federal e militar da reserva Lucinio Castelo de Assumção, mais conhecido como Capitão Assumção, se entregou na manhã desta terça-feira no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, em Vitória. Ele é um dos quatro policiais que tiveram a prisão decretada pela Justiça militar sob a suspeita de incitar e liderar o movimento de paralisação da Polícia Militar no Espírito Santo, que deixou o estado sem policiamento nas ruas durante 22 dias de fevereiro. A greve só foi totalmente finalizada no sábado de Carnaval, dia 25, quando as portas dos batalhões foram definitivamente liberadas pelas mulheres de PMs e todo o contingente voltou a trabalhar normalmente.

Capitão Assumção seria preso no sábado, quando foi abordado por policiais perto do Batalhão de Vila Velha, mas conseguiu fugir na ocasião. Nesta terça-feira, ele se apresentou à Corregedoria da PM e foi levado para o presídio da corporação. Outros três policiais tiveram a prisão decretada pela Vara da Auditoria Militar. Eles são acusados de liderar o movimento grevista e aliciar outros policiais a aderir, com a divulgação de áudios e vídeos em redes sociais.

Ainda no sábado, o tenente-coronel Carlos Alberto Foresti foi preso. Na segunda-feira, o sargento Aurélio Róbson Fonseca da Silva se entregou. Agora, resta foragido o solado Maxsom Luiz da Conceição.

ACORDO NO ÚLTIMO SÁBADO

Durante a paralisação da PM, o Espírito Santo contabilizou quase 200 mortes violentas nas trêse semanas de ausência de policiamento nas ruas. No auge da crise, mais de 3 mil homens do Exército, da Marinha e da Força Nacional de Segurança estiveram na grande Vitória e em cidades do interior para garantir um mínimo de segurança. A partir do dia 13 de fevereiro, parte dos policiais começou a voltar aos trabalhos, mas a situação só se normalizou completamente no último dia 25.

Depois de um reunião que durou toda a madrugada, as mulheres de PMs, que formalmente comandavam o movimento de bloqueio dos batalhões, chegaram a um acordo com o governo capixaba. Pelo acerto que deu fim ao movimento após três semanas, o governo do Espírito Santo se comprometeu a não abrir novos procedimentos disciplinares e a suspender os inquéritos ainda não concluídos contra policiais por responsabilidade na greve.

Além disso, o governo também desistirá de ações judiciais contra as mulheres de policiais ou contra as associações de classe. Foi combinado, ainda, que o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Espírtio Santo vão mediar negociações entre policiais e o governo para discutir benefícios e reajustes salariais reivindicados pela categoria.