BRASÍLIA – O deputado José Geraldo (PT-PA) – responsável por dar um dos votos contra o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética, levando-o a retaliar o governo com a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff – discutiu nesta segunda-feira com um policial militar em frente ao Senado. Ele tentava chegar ao Congresso Nacional após se reunir com manifestantes contrários ao impeachment concentrados perto do Senado.
O policial pediu que Zé Geraldo mostrasse um documento para que pudesse passar pela barreira. O deputado mostrou uma carteira, mas não a abriu totalmente, não sendo possível ver o documento que ele carregava. Foi o suficiente para os dois desentenderem. No fim, o deputado teve sua passagem liberada.
– Eu não sou cachorro não – disse o policial no meio da discussão.
– Despreparado! – respondeu Zé Geraldo.
– Despreparado é o senhor, mal educado – devolveu o PM.
Outro policial, mais calmo, começou a conversar com Zé Geraldo, que disse:
– Eu mostrei o documento. Por que ele não abriu?
– O senho que tem que abrir – disse o PM que estava discutindo com o deputado, acrescentando:
– O senhor passe logo!
O deputado reagiu:
– O senhor passe logo não! Passo logo não! Me respeita! Passo a hora que eu quiser, se eu quiser.
Uma manifestante defendeu o deputado.
– Ele é autoridade – disse ela.
– Ele é autoridade, mas não pode desrespeitar ninguém. Eu, autoridade, posso chegar e dar um tapa na senhora? – retrucou o policial que tinha discutido com o deputado.
– Claro que não, mas ele não deu tapa – disse a manifestante.
– Mas não mostrou o documento – respondeu o PM.
Ao deixar os policiais rumo ao Congresso, Zé Geraldo ainda disse:
– Parece até que é mais um golpista.