Cotidiano

Estupro coletivo: polícia deve pedir revogação de prisão de dois suspeitos

michel.jpgmarcelo.jpgRIO – A Polícia Civil pretende revogar o pedido de prisão temporária de dois suspeitos de participação no estupro coletivo da adolescente de 16 anos, ocorrido no mês passado no Morro da Barão, na Praça Seca. Marcelo Miranda da Cruz Correa, de 18 anos, e Michel Brazil da Silva, de 20, divulgaram o vídeo na internet. Eles são considerados foragidos. No entanto, a delegada responsável pelas investigações, Cristiana Bento, da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav), disse que a divulgação das imagens na rede ?não enseja a prisão temporária?. Estupro – 13/06

No dia 1° de junho, a delegada pediu a soltura do jogador de futebol Lucas Perdomo, investigado por suposta participação no estupro. A policial disse não ter provas suficientes contra ele, que chegou a ser levado para o Complexo Penitenciário de Gericinó. Lucas foi solto, mas continua sendo investigado.

LAUDO DO VÍDEO

Nesta terça-feira, a delegada terá acesso ao laudo do segundo vídeo encontrado no celular de Raí de Souza, de 22 anos, que está preso acusado de ser um dos autores do estupro. As imagens, que são a continuação do conteúdo divulgado na internet, mostram a jovem sofrendo abuso e tentando reagir. A polícia quer saber se outras pessoas estão no local do crime além de Raí, Raphael Assis Duarte – ambos presos -, Moisés Camilo de Lucena e um traficante de apelido Perninha, que serão indiciados.

? O que importa agora é saber se a perícia encontrou outras vozes nesse vídeo. Ainda não posso descartar a participação de outros autores ? ressaltou Cristiana Bento.

A delegada vai ouvir a adolescente vítima mais uma vez. O novo depoimento deve acontecer na quarta-feira, através de uma videoconferência. Os investigadores, que só conseguiram ouvir a adolescente duas vezes, querem confrontar as versões e os nomes dados por Raí e Raphael durante depoimento ao serem presos.

A polícia ainda apura quantas pessoas efetivamente participaram do estupro coletivo e como a adolescente foi levada para a parte alta da favela, numa casa conhecida como ?abatedouro?. Com o novo depoimento da vítima, a expectativa é que os investigadores concluam o inquérito ainda esta semana.

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