Cotidiano

Estuprador de Stanford é solto após cumprir metade da pena

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RIO ? Brock Allen Turner, ex-aluno da universidade de Stanford, nos Estados Unidos, condenado a seis meses de prisão depois de estuprar uma mulher inconsciente no campus da instituição, foi solto nesta sexta-feira após cumprir apenas metade da pena. O caso gerou revolta no país após o pai do acusado afirmar que ele não merecia ir para a prisão por causa de “um ato de 20 minutos”.

Segundo a legislação da Califórnia, onde o estudante estava preso, condenados que apresentem bom comportamento podem ser liberados após cumprirem metade da pena. O juiz responsável pelo caso, Aaron Persky, foi acusado de ser leniente com Brock depois que definiu a pena, em junho deste ano. Persky poderia ter sentenciado até 14 anos de prisão, mas para evitar o tempo de cadeia ele determinou que esse era “um caso incomum, onde os interesses da Justiça seriam melhor servidos” com uma sentença leve.

Uma campanha para que Persky seja substituído do cargo foi lançada na época por conta da sua atuação no caso. A petição online para removê-lo já conta com mais de 1,3 milhão de apoiadores. Na última terça-feira, Persky lançou uma contra campanha para se manter no cargo através de um site. Na página ele declara que é “conhecido por ser justo com os dois lados” e defende fortemente a independência judicial. É a primeira vez que ele se pronuncia sobre a polêmica.

O caso aconteceu em janeiro de 2015, quando dois alunos da Universidade de Stanford flagraram Turner estuprando uma mulher seminua e inconsciente atrás de uma lixeira. Uma forte carta da vítima de 12 páginas lida no tribunal repercutiu em todo o mundo ao relatar o estupro, a violação da investigação e das perguntas da defesa do estuprador. A mulher, de 23 anos, não foi identificada para preservar sua privacidade.

Depois de sair da cadeia, Turner planeja voltar para Ohio, seu estado natal, para morar com seus pais. Ele ainda vai passar três anos em liberdade condicional e deve se registrar como criminoso sexual pelo resto da vida.

Uma página no Facebook foi criada para celebrar sua volta para casa, além de um evento de boas vindas. Na página também foi publicada uma carta comemorando a liberdade do estudante e dando apoio para que ele siga em frente. Num trecho os autores revelam a preocupação causada por vê-lo “preso com selvagens por causa de um erro trivial”. Várias pessoas se manifestaram contra as publicações da página no comentários, condenando a ação do estudante.