Cotidiano

Estresse “apressa” rugas, flacidez e mancha

Várias doenças com sintomas físicos e psicológicos podem surgir por conta do estresse e da ansiedade. Muitas delas você sente na pele: eczemas, dermatites, psoríase, urticária, acne e até alopecia.

Típica do mundo moderno com a velocidade da informação e a constante exigência por superação de metas, a sensação de desconforto e irritação típicas do estresse também pode envelhecer precocemente a pele. “Uma pele que vive sobre descargas constantes de adrenalina e outros hormônios como cortisol e prolactina está mais propensa a ter rugas, pelo desequilíbrio em cascata, já que esses hormônios potencializam o estado inflamatório persistente no tecido cutâneo e fazem com que nossas células tenham um tempo de vida e atividade diminuídas, acarretando perda da longevidade”, explica a dermatologista Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.

Estudos recentes indicam que o estresse causa manchas e rugas, além de atuar como um gatilho importante no aparecimento de doenças como acne, eczema e queda de cabelo.

Uma coisa é comum em todas as doenças e no processo de envelhecimento do tecido: a inflamação. A dermatologista Thais Pepe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia, argumenta que muitos tipos de células da pele, incluindo células imunológicas e células endoteliais (células que alinham os vasos sanguíneos), podem ser reguladas por neuropeptídeos e neurotransmissores, que são substâncias químicas liberadas pelas terminações nervosas da pele. “O estresse pode liberar um nível maior dessas substâncias e, quando isso ocorre, pode afetar o modo com o qual nosso corpo responde a muitas funções importantes, como sensação e controle do fluxo sanguíneo. Além disso, a liberação desses produtos químicos pode levar à inflamação da pele”, explica a médica de São Paulo.

Segundo o pesquisador em cosmetologia Lucas Portilho, que é farmacêutico e diretor científico da Consulfarma, na maioria das vezes os problemas ocorrem devido à liberação de mediadores inflamatórios e à ativação de mecanismos de defesa que atuam de forma negativa na pele. “Por exemplo, hormônios como cortisol são aumentados em pessoas com alto nível de estresse e podem impactar negativamente gerando manchas na pele. O cortisol está relacionado com um pró-hormônio denominado POMC (pro-ópiomelanocortina) que induz a formação de melanina (pigmento que dá cor à pele)”, acrescenta Lucas. “O estresse também libera catecolaminas, como a adrenalina, conhecida como ‘hormônio da fuga’ que leva a aceleração dos batimentos cardíacos e na pele interfere na produção de melanina, podendo causar manchas e diminuição da produção de colágeno pelos fibroblastos”, pontua o pesquisador.

Lucas esclarece que a prolactina, um hormônio que tem principal função de estimular a produção de leite pelas glândulas mamárias, na pele pode causar aumento da produção de sebo pelas glândulas sebáceas e alterar a defesa natural da pele, além de causar desidratação. “Por conta da inflamação causada pelo stress, a pele perde elasticidade, torna-se mais seca, flácida, perde o brilho, aparecem as rugas e o processo de cicatrização fica mais lento”, acrescenta Jardis Volpe, dermatologista da Clínica Volpe (SP).

Cuidados com a pele “estressada”

Segundo a farmacêutica Mika Yamaguchi, diretora científica da Biotec Dermocosméticos, a chave da beleza da pele está no poder que se confere à imunidade. “Como o corpo, a pele também tem um sistema imune com as células de Langerhans, que são as responsáveis pela defesa da pele; mas suas funções decaem com o tempo, exposição solar e principalmente o estresse. O uso de probióticos como PGT1, que aumenta a imunidade da pele, é uma das novas abordagens para a diminuição da inflamação e também para restabelecer a função de barreira da pele”, sugere a especialista. “As cápsulas de FC Oral e Bio-Arct também são importantes, uma vez que agem consequentemente na diminuição da inflamação (protegendo também as membranas celulares) e no aumento da produção de energia pela mitocôndria, o que tem efeitos no aumento da imunidade da pele e sua função de barreira”, completa.

Já o pesquisador Lucas Portilho afirma que alguns cremes podem auxiliar no controle dos efeitos da ação dos hormônios na pele. “Um ativo chamado Neurolight, consegue diminuir a ação da POMC (pro-ópiomelanocortina) que induz a formação de melanina na pele. Isso faz com que a mancha causada pelo estresse diminua”, explica o especialista.