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Estonianas são as primeiras trigêmeas na história a disputar uma edição dos Jogos

A etíope Mare Dibaba é a atual campeã mundial. Tirfi Tsegaye, também da Etiópia, tem o melhor tempo do ano. As quenianas Helah Kiprop, Jemima Sumgong e Visiline Jepkesho são outras favoritas, que chegam credenciadas por vitórias em provas importantes. Porém, três estonianas de 30 anos, com mínimas chances de medalha, devem ser uma das grandes atrações da prova feminina da maratona da Rio-2016.

Irmãos gêmeos não chegam a ser tão raros em uma Olimpíada — segundo o site OlympStats, 200 gêmeos já competiram na história da competição. Mas, ao largarem do Sambódromo no dia 14 de agosto, Leila, Liina e Lily Luik se tornarão as primeiras trigêmeas a competirem juntas na história dos Jogos Olímpicos.

— Nós três podemos fazer história, e isso é emocionante. É sensacional. Será uma grande emoção estar no Rio com minhas irmãs — disse Leila, por e-mail, ao GLOBO. — Participar de uma competição como a maratona, e com suas amigas mais próximas, como nós somos, é demais.

JUNTAS NA CHEGADA

As trigêmeas nasceram e ainda moram em Tartu, uma cidade universitária com pouco mais de 100 mil habitantes no sudeste da Estônia, onde treinam na maioria das vezes juntas. O começo na maratona foi relativamente tardio se comparado com outros atletas.

Liina resolveu se dedicar à corrida apenas seis anos atrás, com 24 anos, e Leila e Lily entraram no embalo.

— As provas de longa distância não necessitam um treinamento tão específico quanto as de curta distância, e talvez por isso tenhamos conseguido esse desenvolvimento rápido — acredita Leila.

As trigêmeas avisam que não temem o vírus zika e chegam ao Rio de Janeiro querendo mais do que apenas competir na maratona:

—Queremos conhecer o Cristo Redentor. O Rio é muito famoso pelo seu carnaval. Nós amamos dançar, então, queremos aprender um pouco de samba também.

Leila, Liina e Lily estão realizando um período de treino no norte da Itália este mês, para tentar fazer bonito na prova. Mas, por fazer bonito, entenda-se finalizar a maratona tentando melhorar, cada uma, sua marca pessoal.

Leila tem o melhor tempo entre as irmãs, com 2h37m12, obtido em Xangai, em 2013. Com essa marca, ela terminaria a prova da Olimpíada de Londres em uma modestíssima 65ª posição. A etíope Tirfi Tsegaye é a dona da melhor marca do ano, com 2h19m41, quase 20 minutos mais rápida que Leila Luik.

— Uma medalha no Rio é difícil, temos que ser realistas. É um sonho bem distante, mas nunca se sabe — afirma a estoniana

Um objetivo mais plausível para as trigêmeas estonianas seria chegar ao Sambódromo, na reta final da maratona, lado a lado, em uma cena que faria a alegria do público, cinegrafistas e fotógrafos, e certamente entraria para a história da competição:

— Se estivermos próximas, em um mesmo nível, seria um sonho cruzar a linha de chegada juntas. Mas o que vai acontecer só vamos saber no Rio. Nosso sonho é fazer nossa melhor corrida e desfrutar a prova.