Cotidiano

Estiagem já é uma das mais severas dos últimos dez anos

Déficit de chuva ultrapassa os 200 milímetros na região oeste

Cascavel – Com umidade relativa do ar abaixo dos 50% na maioria dos dias no mês de julho provocada pelo tempo extremamente seco, já se vão dois meses sem chuva expressiva na região. Problema no campo e na cidade. Essa é uma das estiagens mais severas para o período dos últimos dez anos na região e a tendência é para que esse cenário seco não mude até o início da primavera [22 de setembro].

Em junho e julho choveu apenas seis milímetros na maioria das cidades da região oeste, sendo que o normal seria de pelo menos 225 milímetros (135 mm em junho e 90 em julho).

Segundo o Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná), há previsão de chuva entre quarta e quinta-feira desta semana, mas são pancadas isoladas, acompanhadas por temporais com granizo e ventos fortes, e que vêm somente para trazer o frio.

A chuva prevista não chega a representar um alívio para a saúde, já que os consultórios médicos estão cada vez mais lotados de pacientes com problemas respiratórios, tampouco para o campo, que está sedento por água onde há plantações como as de trigo.

A única mudança trazida pela precipitação será uma nova queda nas temperaturas forçada pelo avanço de uma frente fria rápida. “Ainda é cedo para dizer que este será o último frio do ano e, quanto à chuva, ela só deverá se normalizar a partir da chegada da primavera”, afirma o meteorologista Paulo Barbieri.

O Simepar prevê 9ºC de mínima para quinta-feira e a máxima não deve ultrapassar os 21ºC, condições que se repetem na sexta-feira, mas a partir de sábado as temperaturas voltam a subir, com mínima de 12ºC e máxima de 23ºC, com mais tempo seco pela frente.

As únicas que se sentem à vontade com esse clima são as cerejeiras. Proporcionando uma beleza indiscutível, elas estão no auge de suas floradas e encantam, além de deixarem a paisagem colorida e alegre. Elas devem se manter assim por mais alguns dias e, então, suas flores caem dando espaço aos seus frutos a partir de setembro. São eles que garantirão novas floradas nos próximos anos.

Mortes em massa

E o clima segue como um perigo mundial. Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill, nos Estados Unidos, estimam que as mudanças climáticas, caso não sejam contidas, deverão causar cerca de 60 mil mortes em 2030 e 260 mil em 2100 devido à poluição atmosférica. O estudo foi publicado ontem pela revista "Nature Climate Change".

O artigo expõe evidências crescentes de que os efeitos globais do clima sobre a saúde serão esmagadoramente negativos. De acordo com a revista, esta é também a pesquisa mais abrangente sobre como as mudanças climáticas afetarão a população por meio da poluição do ar. "Na medida em que as mudanças climáticas afetam as concentrações de poluentes no ar, isso pode ter um impacto significativo na saúde do mundo todo, aumentando o número de pessoas que morrem devido à poluição todos os anos”, disse Jason West, que liderou a pesquisa na Universidade da Carolina do Norte ao lado da pesquisadora Raquel Silva.