Cotidiano

Estados Unidos pressionam Equador para cortar internet de Julian Assange

WASHINGTON – Os Estados Unidos pressionaram sigilosamente o Equador para bloquear o acesso à internet de Julian Assange na embaixada equatoriana em Londres, onde o fundador do Wikileaks está abrigado desde 2012, informaram autoridades do serviço de inteligência americano à rede NBC. Segundo as fontes, uma mensagem foi enviada ao governo do Equador dizendo que deveriam impedir que Assange ajudasse agências de inteligência da Rússia a divulgar dados americanos.

? Foi como uma ordem de despejo ? disse uma autoridade americana.

Na terça-feira, o Equador admitiu que tinha cortado temporariamente a conexão de Assange. O Wikileaks tem divulgado e-mails privados do chefe de campanha da candidata Hillary Clinton, John Podesta, e de outras autoridades democratas. Segundo o governo americano, as mensagens foram hackeadas por agências de inteligência russas.

? A visão geral é que ele (Assange) é um participante voluntário no esquema russo, mas não um conspiradot ativo. Eles percebram que podem usá-lo ? disse uma autoridade de inteligência dos EUA.

O Equador declarou que a suspendeu o serviço de internet como parte de seu ?exercício soberano?:

?O governo do Equador respeita o princípio de não intervenção em assuntos de outros países, não interfere em processos eleitorais em curso, nem apoia um candidato em especial?, afirmou o governo equatoriano.

O Departamento de Estado americano negou na terça-feira, após acusações do Wikileaks, que o secretário de Estado do país, John Kerry, tenha tido alguma participação na tomada de decisão do Equador.

“Ainda que o Wikileaks nos preocupe há muito tempo, tudo que leve a pensar que o secretário de Estado Kerry ou o Departamento de Estado estejam envolvidos com o corte (de conexão à internet ao fundador) do Wikileaks é falso”, afirmou o porta-voz do governo, John Kirby.