Cotidiano

Estados com bons resultados no Ideb investiram na rede pública, diz especialista

RIO- Os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no âmbito do ensino médio chamaram atenção pelo aspecto negativo. Entre os estados brasileiros, apenas quatro conseguiram bater a nota estabelecida como meta pelo Ministério da Educação: Pernambuco, Goiás, Amazonas e Piauí. Assim, uma das questões latentes é o que esses estados têm de especial? A aposta é que o investimento na rede pública, com valorização de professores e atenção à diversidade contribuíram para os bons resultados. ideb

– Uma das razões para o bom desempenho de alguns estados no Ideb é o fortalecimento das suas redes públicas de ensino, com a adoção de uma prática que valoriza e motiva o professor, e de um currículo com significado, que desperte no estudante o prazer de aprender e de estar na escola- explica Vilma Guimarães, gerente geral de Educação da Fundação Roberto Marinho.

Pernambuco registrou o melhor índice nacional na rede estadual no ensino médio, com nota 3,9, o que significou uma evolução de 0,3 em relação ao índice de 2013. Goiás, apesar de não ter evoluído a nota em relação ao Ideb anterior, tem a terceira melhor nota com 3,8.

O estado de Amazonas, que aparece na 8ª colocação entre as redes estaduais de ensino médio, teve índice 3,5, crescimento considerável em relação à nota 3 que registrou em 2013. Piauí, apesar de estar na 18ª posição, passou de 3 (2013) para 3,2 (2015) e foi um dos únicos quatros estados que atingiram a meta.

– Não existe fórmula mágica. Essas redes perceberam que práticas pedagógicas que incluam a todos, que acolham a diversidade e a pluralidade, alcançam melhores resultados- afirma Vilma, atribuindo o sucesso nos índices a estratégias pedagógicas bem sucedidas:

– (Esses estados) estão priorizando a alfabetização na idade certa, a adequação idade-ano, a formação continuada de professores e a educação de jovens e adultos. Outros pontos em comum é que essas redes optaram por práticas pedagógicas inovadoras e conectadas com as tecnologias do nosso tempo.

Além do ensino médio, esses estados também conseguiram evoluir a nota nos anos iniciais (até 5º ano) e finais (6º ao 9º ano) do ensino fundamental. Nos primeiros anos desta etapa, Pernambuco teve avanço de 0,5 ponto, indo de 4,1 para 4,6. Nos anos finais, a nota foi de 3,4 para 3,8 em dois anos.

Amazonas também registrou 0,5 de crescimento no primeiro segmento do ensino fundamental. O estado evoluiu de 4,5 para 5,0 no período. No segundo segmento, a nota passou de 3,8 para 4,2. No caso de Goiás, o crescimento na nota dos primeiros anos foi menor. O estado saiu de 5,5 em 2013 para 5,6 em 2015. E 4,5 para 4,6 nos anos finais.

Entre os quatro, o Piauí, embora também tenha crescido a nota, foi o único que não atingiu meta no ensino fundamental. O estado passou de 4,1 para 4,6 nos anos iniciais, cumprindo facilmente o objetivo estabelecido pelo MEC (nota 4). No entanto, nos anos finais, mesmo indo de 3,6 para 3,9 não conseguiu atingir a nota 4 apontada pelo órgão para 2015.