Política

Estado lança estudo para a modernização de terminal

Cascavel – A estrutura deficitária do Terminal da Ferroeste de Cascavel limita o uso dos trilhos para o transporte de grãos até o Porto de Paranaguá. O sistema antigo torna a ferrovia lenta e os tombadores usados para descarregar os grãos não comportam grandes caminhões. É necessário levar em conta ainda os atrasos ocasionados pelas interdições na estrada de ferro, que poderiam ser evitados se os investimentos tivessem sido feitos de maneira contínua.

Atém da falta de interesse político em investir nas linhas férreas, a explicação está nos 28 anos de existência da Ferroeste sem modernização. Essa demora ocasiona um sucateamento de uma importante aliada ao desenvolvimento do agronegócio e também do oeste do Paraná, que poderia economizar e agilizar principalmente o escoamento da safra agrícola, evitando o caro transporte rodoviário.

Após um longo período de estagnação, para amenizar essa deficiência, a Secretaria de Estado da Infraestrutura e Logística vai contratar consultores para adequação da estrutura – consórcios também são autorizados. Cascavel terá dois estudos únicos no gênero no Estado. A ideia é transformar esse terminal no primeiro Centro Logístico público do Paraná e esses estudos trarão mais segurança para realizar os investimentos no futuro.

Os levantamentos provavelmente não ficarão prontos para serem aplicados ainda neste ano, o que não significa um problema, avalia o presidente da Ferroeste, João Vicente Bresolin Araújo. “Quem assumir o governo do Estado ano que vem terá em mãos um importante estudo para investir em ferrovias. Todas as regiões estão acompanhando esse processo de levantamento e vão cobrar os investimentos, independente de quem estiver à frente do Estado”.

A fonte de financiamento é o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). A seleção da empresa está marcada para dia 16 de abril. Os serviços de consultoria compreendem a elaboração de projeto para adequação do Terminal Ferroviário de Cargas de Cascavel, incluindo o projeto de reestruturação viária, iluminação e proteção perimetral, melhorias nas moegas existentes e implantação de novos silos.

Tombadores

Embora tenha a proposta de apurar as necessidades, um dos problemas mais críticos existentes na Ferroeste é a defasagem dos tombadores. Hoje as estruturas não têm capacidade de superar o peso das cargas. A solução em muitos casos é trazer a carga em bitrem até Cascavel e depois repassar as cargas a caminhões menores para só então seguir aos tombadores da Ferroeste: uma logística demorada, ineficiente e arcaica para uma região polo do agronegócio. A solução seria somente a troca de todos esses equipamentos, por isso o estudo dará o embasamento ideal para o investimento dessa proporção.

Se não bastasse uma estrutura velha, as encostas nos 250 quilômetros de trilhos de Cascavel a Guarapuava também representam um problema. “São pontos críticos, com barreiras. É uma ferrovia de 1990 e precisa de uma ampla recuperação das encostas. As quedas de barreiras são frequentes, com isso, as máquinas não andam como deveriam. Levam mais tempo. Com a adequação, a agilidade será maior no transporte de Cascavel a Guarapuava”, complementa Araújo.

O empréstimo total do Programa Estratégico de Infraestrutura e Logística de Transportes do Paraná é de US$ 235 milhões. Uma parte desse recurso será destinada para esses levantamentos. O governo do Estado vai começar a pagar esse convênio em 15 de março de 2023, com parcelas semestrais consecutivas até 15 de setembro de 2042.