Cotidiano

Estado Islâmico tenta dividir as forças iraquianas com ataque em Kirkuk

BAGDÁ ? O Estado Islâmico (EI) lançou um grande contra-ataque sobre a cidade de Kirkuk nesta sexta-feira, numa aparente tentativa de dividir as forças iraquianas, que levam adiante operações para ocupar territórios nos arredores de Mossul como preparativo para uma ofensiva sobre o último grande bastião dos jihadistas no Iraque.

De acordo com as autoridades iraquianas, atentados foram cometidos contra vários prédios do governo de Kirkuk, onde está em vigor um toque de recolher total. Seis membros das forças de segurança foram mortos.

Em Dibis, na província de Kirkuk, um atentado contra uma central elétrica em construção deixou pelo menos 16 mortos.

As instalações de produção de petróleo bruto não foram visadas, e a transmissão de eletricidade não sofreu interrupções na cidade. Kirkuk está localizada ao leste de Hawija, uma região de produção de petróleo que ainda sob controle do Estado Islâmico que fica entre Bagdá e Mossul.

De acordo com o prefeito, o ataque provocou confrontos entre as forças de segurança e os terroristas. Um dos criminosos foi morto antes de conseguir detonar seus explosivos. Os outros dois conseguiram ativar os coletes com bombas quando se viram cercados.

TIROS E EXPLOSÕES

Um correspondente da agência AFP em Kirkuk observou nove homens, ?vestidos ao estilo afegão?, armados com granadas e fuzis, em uma rua do bairro de Adan.

Testemunhas ouviram explosões e tiros durante toda a manhã. Os canais de televisão locais exibiram imagens da guerrilha urbana em vários pontos da cidade.

? Durante a oração da manhã, vi jihadistas entrando na mesquita de Al-Mohamadi ? afirmou à AFP Haidar Abdel Hussein, professor que mora no bairro de Tesaeen. ? Utilizaram os alto-falantes para gritar ?Alá Akbar? (Deus é grande) e ?Dawla al Islam baqiyav (O EI vencerá).

Com apoio aéreo e terrestre da coalizão liderada pelos Estados Unidos, forças do governo do Iraque capturaram oito vilarejos ao sul e ao sudeste de Mossul. Forças curdas que atacavam do norte e do leste também tomaram diversos vilarejos, de acordo com comunicados de seus respectivos comandos militares, de quinta para sexta-feira.

A ofensiva iniciada na segunda-feira para capturar Mossul deve se tornar a maior batalha travada em solo iraquiano desde a invasão comandada pelos EUA em 2003.

A ONU disse que Mossul pode exigir a maior operação de ajuda humanitária do mundo, e as previsões mais pessimistas estimam até um milhão de desabrigados.

ESCUDO HUMANO

Nesta sexta-feira, as Nações Unidas informaram que o EI capturou 550 famílias nos arredores de Mossul para provavelmente usá-los como escudo humano. Acredita-se que cerca de 1,5 milhão de moradores ainda estão na cidade.

Até agora, os combates obrigaram 5.640 pessoas a fugir de suas casas nas imediações da cidade, informou a Organização Internacional para as Migrações (OIM) no final da quinta-feira.

Um servidor americano morreu na quinta-feira devido a ferimentos causados pela detonação de um artefato explosivo improvisado perto de Mosul.

Cerca de cinco mil membros das forças dos EUA estão no Iraque. Mais de cem tropas estão atuando junto a forças iraquianas e curdas peshmerga, aconselhando comandantes e ajudando-os a se assegurar de que os bombardeios aéreos da coalizão estão atingindo os alvos certos, comunicaram autoridades.