Cotidiano

Estado define grupo para gerenciar intervenção em hospital de Foz do Iguaçu

O governador Beto Richa autorizou nesta quarta-feira (30) a nomeação dos sete membros da comissão administrativa que vai conduzir o processo de intervenção no Hospital Municipal Padre Germano Lauck, em Foz do Iguaçu. O grupo inicia os trabalhos já nesta quarta, com uma reunião com a atual direção da unidade. 

São cinco titulares e dois suplentes, todos indicados dentro do quadro do Governo do Estado e da Prefeitura de Foz. “Escolhemos uma equipe técnica preparada para dar novos rumos a este hospital tão importante para toda a região”, explicou o governador. 

Richa ressalta que a medida vai auxiliar no resgate do unidade, que passa por uma grave crise financeira. “Não podemos nos omitir neste tipo de situação. Vamos fazer de tudo para garantir que o atendimento seja mantido e a população não seja prejudicada”, assegurou o governador. 

A nomeação dos componentes da comissão atende ao decreto estadual 5.582/2016, em que o governador Beto Richa autoriza o Estado a assumir a gestão do hospital. O objetivo é fortalecer a unidade, que se consolidou como a única referência de urgência e emergência para Foz do Iguaçu e mais oito municípios. 

Atualmente, o Hospital Municipal conta com 180 leitos, sendo 26 de UTI. Recentemente, a unidade foi alvo de uma série de denúncias de corrupção, que estão sendo investigadas pelo Ministério Público. A situação gerou diversos problemas administrativos, que ameaçam o funcionamento da estrutura. 

De acordo com o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, a comissão será responsável por avaliar criteriosamente a real situação do hospital. “Após isso, o grupo terá a missão de reorganizar o serviço, definindo as atitudes necessárias para garantir a continuidade do atendimento da população”, informou o secretário. 

A equipe será coordenada pelo diretor-técnico da Fundação Estatal de Atenção à Saúde do Paraná (Funeas-PR), Moisés Warszawiak. A instituição, vinculada ao Governo do Estado, será importante para o projeto de fortalecimento do hospital em curto e médio prazo, especialmente na contratação de profissionais médicos e outros serviços. 

O diretor-geral da secretaria estadual da Saúde, Sezifredo Paz, afirma que a intervenção é administrativa e não judicial, conforme consenso com os Ministérios Públicos Estadual e Federal. “A intervenção terá um prazo de 180 dias, renováveis por mais 180 dias. Ela envolve exclusivamente a gestão dos serviços e não abrange os bens e patrimônios do hospital, que seguem com a prefeitura”, esclareceu. 

A intenção é dar estabilidade à instituição e restabelecer o fluxo de atendimento no local. Os servidores públicos de carreira serão mantidos. Já os profissionais com outros vínculos empregatícios terão os contratos reavaliados. 

Desde 2013, o Estado aplicou mais de R$ 38 milhões em recursos extras para auxiliar no funcionamento da unidade. Os incentivos foram destinados ao custeio dos serviços e outras despesas importantes. 

Para o membro do Conselho de Desenvolvimento de Foz (Codefoz), Danilo Ventrusculo, a intervenção do Estado é a grande oportunidade de resolver o problema da saúde em Foz do Iguaçu. “Nos colocamos à disposição para ajudar no que for preciso para resgatar esta estrutura, tão importante para nossa sociedade. Agradecemos ao Estado por esta atitude e estamos confiantes nas soluções que serão dadas”, disse.