Esquerda ou direita?
Ao tentar traçar lados, o presidente Jair Bolsonaro acaba se confundindo com esquerda e direita. Em novo ato falho, ao tentar “dar um lado” o nazismo, confundiu-se e classificou uma das maiores atrocidades do mundo como fruto da “esquerda”.
Recentemente, seu ministro das Relações Exteriores, o polêmico Ernesto Araújo, já havia feito consideração semelhante. “Não tenho dúvida”, insistiu Bolsonaro no Museu do Holocausto, em Jerusalém.
Independente de direita ou esquerda, atrocidades são cometidas por radicais, fundamentalistas. Isso é o que importa. Isso é o que deve ser considerado.
Ao se eleger com um discurso conservador de direita e explicitamente apoiado por militares, Bolsonaro despertou paixões e dividiu o País. Mas não precisa mais disso. Ninguém quer ninguém extremista.
Não há espaço para uma esquerda revolucionária assim como não há disposição para um regime militar. São os extremos que chocam. O radicalismo é que assusta.
Quando disse que quando esquecemos o passado comprometemos o futuro, o presidente lembra de outra lição importante. O recente retrospecto brasileiro, que gerou nova polêmica no último fim de semana, ao enaltecer o golpe militar de 1964, sucedido por anos sombrios.
Não cabe ao presidente retratar a história, apenas precisa cuidar para não distorcê-la ao querer defender uma ou outra ideologia.
Já eleito e empossado, hoje Bolsonaro governa o Brasil, e todos seus lados, esquerda, direita, em cima e embaixo.
