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Esposa de prefeito preso organiza rota da tocha olímpica em Montes Claros

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A passagem da tocha olímpica por Montes Claros, nesta segunda-feira, teve uma ausência marcante: o prefeito da cidade, Ruy Muniz (PSB), preso desde o último dia 18 por suspeita de se beneficiar do sucateamento da saúde pública da cidade. Mas não faltou convite para sua companheira de vida: a deputada federal Raquel Muniz (PSD), esposa de Ruy, que elogiou a gestão do marido enquanto votava a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, na véspera da prisão do prefeito mineiro.

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A deputada deixou Brasília no fim de semana rumo ao norte de Minas Gerais, onde estava no fim da tarde desta segunda, quando a tocha chegou à cidade. No sábado, participou da entrevista coletiva que detalhou o trajeto da chama olímpica em Montes Claros. Segundo o vereador Marcos Nem, presidente da câmara municipal e também filiado ao PSD, a presença de Raquel é corriqueira e não foi abalada pela prisão do marido.

? A deputada Raquel continua seu trabalho normalmente. Quando não está em Brasília, sempre comparece a inaugurações de obras e grandes eventos por aqui. Ela também ajudou a organizar o revezamento da tocha ? afirmou.

AFASTAMENTO DEPOIS DA PASSAGEM DA TOCHA

Os capítulos na trajetória do casal Muniz parecem mesmo seguir o curso dos grandes eventos. Se o prefeito foi preso horas depois do elogio da esposa em rede nacional (veja no vídeo abaixo), desta vez ele pode se afastar do cargo no dia seguinte à passagem da tocha na cidade. No sábado, quando estourou o prazo de 20 dias que um prefeito pode se afastar das funções sem autorização dos vereadores, segundo a lei orgânica do município, Ruy pediu à câmara municipal uma licença de 60 dias. Este pedido deve ser votado hoje.

O voto da deputada que citou marido que acabou preso pela PF

? A lei orgânica fala sobre casos em que prefeito está longe da cidade, mas não diz nada sobre prisão. Depois desse prazo de 20 dias, ele poderia perder o mandato. O prefeito achou melhor encaminhar um pedido de licença . Se não for aprovado,ainda pode pedir as férias que tem acumuladas. Nesse caso é uma questão administrativa, que sequer passa pela câmara municipal ? explicou Nem.

Por enquanto, Ruy Muniz segue em uma cela especial no presídio da cidade. Em caso de licença, quem assume por dois meses é o vice-prefeito José Vicente Medeiros (PMDB). De acordo com Nem, a cidade não parou com a prisão de Muniz. O único despacho que o prefeito teve que fazer da cadeia, segundo o presidente da Câmara, foi para nomear Ana Clara Colares Fiuza secretária interina de Saúde. Isso porque a titular, Ana Paula Nascimento, foi presa na mesma operação que cercou Muniz.

Antes de Montes Claros, a tocha passou na segunda-feira por Varjão de Minas e Pirapora. Na terça, a chama começa o dia em Bocaiúva e segue para Couto de Magalhães de Minas, Diamantina e Curvelo. O revezamento continua por cidades de Minas Gerais até o dia 16, quando passa por Itaperuna, no Rio, e depois ruma para o Espírito Santo.