Política

Esplanada: Pautas-bomba, Adeus, juridiquês e INSS

Pautas-bomba

Em meio à crise com o Congresso Nacional, articuladores políticos do Palácio do Planalto tentam conter o avanço de “pautas-bomba”, como a aprovação da Medida Provisória 898/19, que prevê o pagamento anual e permanente do 13º salário do Bolsa Família. A bancada governista que integra a comissão especial que analisa a MP atua para obstruir a votação. A medida perderá a validade no dia 24 de março. O colegiado se reúne hoje para tentar votar o relatório do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Fundo dos bacanas

Para bancar o abono natalino, o parlamentar propõe a cobrança semestral do IR dos fundos de investimentos fechados. A equipe econômica alega que não há caixa.

Adeus, juridiquês

Ao contra-atacar a fala de Ciro Gomes no seu instagram ontem, o ministro Sergio Moro caiu no jogo do adversário do presidente Jair Bolsonaro, e estreou de vez na política.

Olá, urna

Ciro chamou Moro de capanga, citando a crise com a PM do Ceará. Moro respondeu com elegância, mas com tiro certeiro num trecho: “Apesar dos Gomes, a crise foi resolvida”.

***Óleo (nas costas)

A despeito da crise entre direção e petroleiros – que acabaram de encerrar greve, por reajuste e contra demissões -, a Petrobras não deixa desassistida a turma da sede no Rio de Janeiro. Lançou ontem (teve propaganda no whatsapp de servidores) um serviço completo de salão de beleza, massagem e até depilação em suas dependências, em parceria com conhecida empresa da cidade. Para quem pagar, e no horário de folga.

INSS

O Governo afirma que o total de requerimentos com prazo superior a 45 dias que estão represados no Instituto Nacional do Seguro Social caiu para pouco mais de 1  milhão. Cerca de 355 mil requerimentos já passaram por análise inicial, mas aguardam resolução de pendências por parte do segurado.

Turma da reserva

Os dados, referentes a janeiro, constam na mensagem da MP 922/20, que autoriza a contratação temporária de servidores civis federais aposentados. A MP foi publicada ontem, com dois meses de atraso. Além disso, o Governo ainda terá que lançar um edital para as contratações. Os convocados só devem começar a atuar em abril.

**Viés partidário

Provocada pela Associação Brasileira de ONGs, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público apura informações de que BNDES estaria exigindo declaração de ausência de vínculos político-partidários de organizações da sociedade civil que desenvolvem projetos apoiados financeiramente pela instituição.

**Lupa do MP

“É ilegal e fere o princípio da moralidade”, diz o ofício encaminhado ao BNDES e assinado pela procuradora Deborah Duprat. Já é a segunda vez que o Ministério Público cobra respostas do banco.

Serpro

O PDT quer derrubar o decreto do presidente Jair Bolsonaro, publicado em janeiro, que incluiu o Serviço Federal de Processamento de Dados no Programa Nacional de Desestatização. Segundo o deputado André Figueiredo (CE), autor do projeto (PDL 2/20) que anula o decreto, o Serpro é estatal criada por lei (5.615/70) e, por isso, somente outra lei aprovada pelo Congresso Nacional pode autorizar a sua privatização.

***Trans no mercado

O restaurante vegano Faz Bem, de Brasília, abriu processo seletivo para pessoas trans. A surpresa: mais de 60 currículos apareceram – 20 já foram entrevistados – para três vagas. Um projeto de lei na Câmara Distrital, de Fábio Félix (PSOL), determina que empresas com isenções e contratos com o Governo do DF reservem 5% de suas vagas para transexuais e travestis. Falta uma pesquisa quantitativa. O deputado prometeu sondar.

História

Os 46 mil fragmentos arqueológicos encontrados no Parque Eólico Ventos da Bahia (Mulungu do Morro e Cafarnaum) serão armazenados no novo laboratório da Uneb. A EDF Renewables investiu R$ 240 mil. São evidências líticas e cerâmicas de grupos indígenas que habitaram o local no período antes da colonização europeia.