Cotidiano

Especial investiga os bastidores da entrevista entre Sean Penn e El Chapo

ELCHPO.jpgRIO – Em janeiro deste ano, uma manchete surpreendente tomou conta
dos sites de notícias ao redor do mundo: Sean Penn teve um encontro secreto e
entrevistou um dos mais procurados e perigosos traficantes do mundo, o mexicano
El Chapo, dono de uma fortuna de US$ 1 bilhão e acusado de provocar mais de 70
mil mortes.

A conversa entre os dois aconteceu em outubro, num lugar isolado na região de
Sierra Madre, no México, e durou sete horas, com direito a cervejas e tacos. O
resultado foi publicado três meses depois, num longo texto escrito pelo ator
para a revista americana “Rolling Stone”. A notícia da entrevista gerou uma
polêmica planetária. E, enquanto se cobravam explicações de Penn, a polícia
mexicana localizava e prendia El Chapo.

Essas e outras histórias estão no especial “El Chapo e Sean Penn – A
entrevista clandestina”, que vai ao ar neste sábado, às 21h45m, no History. O
programa busca encontrar respostas para dúvidas que cercam “a maior e mais
polêmica aventura de Sean Penn até o momento”, como diz a atração.

“É o tipo de história que Hollywood nunca poderia inventar: ator sai de seu
hotel cinco estrelas em direção ao México para entrevistar um traficante para
uma revista de rock. E logo depois a polícia captura o traficante”, diz a
jornalista Sharon Waxman, que trabalhou para jornais como o “Washington Post” e
o “New York Times” .

Sean+CHAPO.jpgSharon é uma das entrevistadas da produção, baseada em opiniões de quem
acompanhou o caso, com o auxílio de imagens, fotos, áudios e vídeos. São
traçados perfis de Penn, de El Chapo e de Katie Castillo, a atriz mexicana que
foi essencial para que o encontro acontecesse. Muito próxima do traficante, ela
chegou a afirmar que confiava mais em El Chapo do que no governo de seu
país.

Segundo o programa, o propósito inicial seria um filme sobre a vida do
criminoso, dirigido por Oliver Stone e protagonizado por Penn. O cineasta negou
os rumores, mas a produção sustenta que ele teria, sim, se disposto a pagar US$
6 milhões pelos direitos da história.

Sobre o artigo para a “Rolling Stone”, especialistas dizem que foi a
estratégia encontrada pelo ator para escapar da mira do governo americano, já
que a liberdade de expressão é amplamente defendida pela Primeira Emenda da
Constituição americana