Cotidiano

Espanhola Ferrovial quer ser sócio ativo em licitação de aeroportos

MADRI – A operadora de aeroportos espanhola Ferrovial quer participar da nova rodada de licitações de aeroportos no Brasil e pretende ser um sócio ativo na gestão dos terminais, caso vença algum dos leilões. O presidente da Ferrovial Agroman, Alejandro de la Joya, disse nesta quinta-feira que o grupo tem interesse nos quatro aeroportos que serão licitados (Fortaleza, Porto Alegre, Florianópolis e Salvador).

A Ferrovia é um dos maiores operadores aeroportuários do mundo, Entre os aeroportos sob sua gestão está o de Heathrow, em Londres. A empresa entrou na disputa nas duas rodadas de licitações de aeroportos no Brasil, mas não levou nada.

— Queremos ser um sócio com participação ativa na gestão. Não somos investidores financeiros. Não precisamos ter 51% do consórcio, pode ser 40% — disse De la Roya, ressaltando que a subsidiária que preside do grupo não responde pela operação de aeroportos e, sim, por construção civil.

O executivo participou esta manhã do XV Encontro Santander América Latina, em Madri. Segundo ele, ainda não foi definido se o grupo vai disputar os quatro aeroportos ou se fará lance por apenas um deles. De la Roya disse ainda que espera que as companhias aéreas se fortaleçam, com ou sem capital estrangeiro, para que o setor prospere:

– Não é bom para o Brasil e para investidores que as empresas estejam sofrendo. Que o setor cresça forte para formação de possíveis consórcios.

O diretor financeiro da também espanhola Abertis José Aljaro, expressou preocupação com a situação política do Brasil, mas afirmou que enxerga oportunidades no país. Reforçou ainda que negocia com o governo brasileiro as contrapartidas para investimentos adicionais nas estradas federais sob sua concessão.

— Estamos preocupados com a situação política. Mas estamos otimistas, com a possibilidade de uma saída para o túnel num prazo breve. O país pode voltar a crescer 2%, 3% — disse Aljaro.

A Abertis comprou o controle da espanhola OHL em 2012, herdando diversas concessões de rodovias no Brasil, onde passou a se chamar Arteris. No momento, a Arteris negocia investimento adicional de 1,2 bilhão de euros nas estradas sob sua concessão.

— Estamos negociando para ver se, tecnicamente, essas melhorias realmente precisam ser feitas.

Caso as obras sejam feitas, a empresa poderá ter o prazo de concessão estendido ou elevar o pedágio. Segundo Aljaro, a tendência é de elevar a tarifa. Ele disse ainda que analisa a possibilidade de novas concessões de rodovias no Brasil.

(*A repórter viajou a convite do Santander)