Cotidiano

Escola Sem Partido e Guarda Municipal dominam debate em colégio no Rio

debate_sto_inacio.jpgRIO ? Marcado por um clima descontraído e sem troca de acusações, um debate organizado por alunos do colégio Santo Inácio, em Botafogo, reuniu nesta quarta-feira seis candidatos à prefeitura e à vice-prefeitura do Rio: Carlos Osorio (PSDB), Índio da Costa (PSD), Alessandro Molon (Rede), Edson Santos (PT), vice de Jandira Fegahli (PCdoB), Rodrigo Amorim (PRP), vice de Flávio Bolsonaro (PSC), e Tomas Pelosi (Novo), vice de Carmem Miguelis (Novo). As prioridades de governo, a atuação da Guarda Municipal e o projeto do ?Escola sem Partido? foram os temas abordados pelos alunos em perguntas elaboradas previamente e sorteadas na hora.

Os candidatos Pedro Paulo (PMDB) e Marcelo Crivella (PRB), que não compareceram, foram alvo de alfinetadas e críticas durante o debate. Além deles, Marcelo Freixo (PSOL), Cyro Garcia (PSTU) e Thelma Bastos (PCO) não participaram do debate.

? A nossa cidade é muito desigual e tem muitos problemas. A nossa cidade não é a cidade que aparece no programa eleitoral do candidato à prefeito Pedro Paulo, que, aliás, não vem a debate nenhum, nunca veio. Os dois que não vêm nunca a nada são Crivella e Pedro Paulo. É bom que a gente tenha essa compreensão ? disse Osorio logo na sua apresentação.

Osorio e Rodrigo Amorim se posicionaram a favor do armamento da Guarda Municipal para o combate à violência na cidade, enquanto Molon, Edson Santos e Tomas Pelosi foram contrários à proposta. Índio da Costa não deixou claro se pretende armar a Guarda ou não. Destacou, no entanto, que pretende investir em tecnologia e atuar de forma integrada com a Polícia Militar e a Civil.

? Vou criar a secretaria municipal de Segurança Pública e o que acontecer no Rio será de responsabilidade do prefeito. Não vou ficar com esse negócio de ficar empurrando para os outros ? afirmou Índio.

Osório e Índio disseram que o ajuste nas contas públicas será prioridade no governo. Para Rodrigo Amorim, será a segurança, enquanto para Tomas Pelosi, Edson Santos e Molon será a educação. Em relação à ?Escola sem Partido?, que visa combater a chamada ?doutrinação ideológica? nas salas de aulas, o único que se posicionou a favor foi Rodrigo Amorim.

? Quando a gente fala em educação, a nossa proposta de governo defende a Escola sem Partido. Escola é ambiente de formação, sim. De senso crítico, sim. De debate, de ideias, sim. Mas a escola não é local para a formação de militância política nem de esquerda nem de direita ? opinou o vice de Bolsonaro.

Molon, que chegou atrasado ao debate, classificou, por sua vez, a ?Escola sem Partido? como “propaganda enganosa” e disse que a proposta visa colocar “uma mordaça nos professores e nos alunos”.

? Sou totalmente contrário a essa proposta, que é mentirosa. No fundo, ela deveria se chamar Professor sem Opinião. É uma proposta que quer impedir os professores de manifestar sua opinião. A escola tem que ser um lugar de pluralidade, de liberdade de expressão. Então, esse processo é inconstitucional. A sala de aula deve ser o lugar para a gente dizer o que a pensa, o que a gente é. O professor, inclusive, tem o direito de manifestar a opinião dele. É uma tentativa de colocar uma mordaça nos professores e nos alunos, A escola é o lugar da pluralidade, não da censura ? opinou Molon, que é professor.

O debate completo está disponível na página do grêmio estudantil do Santo Inácio, no Facebook.