Cotidiano

Erdogan promete retirar queixas judiciais por insultos contra ele

201607291358489881_AP.jpg ISTAMBUL ? O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou nesta sexta-feira que retirará as queixas judiciais contra as pessoas que o insultaram. A medida, segundo o líder, vem desencadeada pelo sentimento de unidade nacional após a tentativa de golpe contra o seu governo há duas semanas. Enquanto a Turquia vive uma onda de repressão, Erdogan disse que o Ocidente deve ?cuidar dos seus assuntos?, e não opinar sobre o destino dos insurgentes que vêm sofrendo prisões em massa. turquia

As declarações do presidente acontecerem durante um evento no Palácio Presidencial em Ancara. Em seu discurso, ele classificou como um gesto de solidariedade a decisão de derrubar os processos contra centenas de pessoas por insultos à sua pessoa, incluindo pelas redes sociais.

? Em uma ocasião pontual, perdoarei e retirarei todos os casos contra as muitas faltas de respeito e insultos contra mim ? declarou o presidente, que disse acreditar que todas as partes da sociedade, principalmente os políticos, se comportarão de acordo com a situação ?nova e sensível? da Turquia.

Além disso, ele advertiu a União Europeia (UE) e os Estados Unidos a se ocuparem de seus próprios assuntos, em vez de criticá-lo pelas represálias em massa após o golpe fracassado contra o seu governo. No total, o expurgo do governo já atingiu mais de 60 mil pessoas ? incluindo militares, jornalistas e professores.

? Alguns nos dão conselhos. Dizem que estão preocupados. Preocupem-se com seus próprios assuntos! Olhem para suas próprias ações ? afirmou.

Também nesta sexta-feira, o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, disse que o Exército agora já está limpo dos seguidores do clérigo Fethullah Gülen ? rival a quem o presidente acusa de ter planejado o golpe militar fracassado. Até agora, milhares de militares já foram detidos sob acusação de participação nos confrontos que deixaram 290 mortos e 1.440 feridos na madrugada de 15 para 16 de julho.

Líderes internacionais questionam as condições das detenções em massa conduzidas pelo governo turco. Diversos países e organizações pedem que a Turquia respeite o Estado de Direito e a legislação humanitária internacional na hora de punir os insurgentes, embora se mantenham favoráveis à permanência de Erdogan, que foi democraticamente eleito ao seu cargo.