Cotidiano

Erdogan defende invasão turca à Síria e pede prisão de clérigo rival

United Nations General Assembly-GON2TUMN8.1.jpgNOVA YORK – O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, apelou à Assembleia Geral da ONU para que reconheça os resultados de uma invasão à Síria para afastar grupos terroristas de sua fronteira. Ainda realizando um expurgo contra dezenas de milhares de acusados de formar uma rede ligada ao clérigo Fethullah Gülen, ele pediu uma ação global contra o rival. Ele ainda cobrou em diferentes momentos do discurso a reformulação da estrutura do Conselho de Segurança da entidade. erdogan

? O mundo é maior do que cinco ? disse Erdogan, ao criticar o fato de que cinco países têm poder de veto no Conselho de Segurança, deixando assim outras nações não representadas.

Ainda em termos de ação internacional, Erdogan afirmou que a recente invasão ao território sírio a partir de seu Sudeste ajudou a conter o avanço do Estado Islâmico. Como complemento, disse querer uma solução política imediata para o fim do conflito civil.

? A incursão no Norte da Síria em setembro ajudou a estabelecer a paz, o equilíbrio e a estabilidade numa região tomada pela desesperança. Respeitamos a soberania síria ? disse ele. ? Somos hoje uma nação com 2,7 milhões de refugiados sírios.

Erdogan abordou ainda os problemas internos da Turquia. Com críticas à União Europeia por supostamente não dar condições aos turcos para que entrem no bloco, ele ainda pediu que a comunidade internacional que condene Gülen, num novo esforço pedindo sua extradição (o clérigo vive nos EUA) por supostamente ordenar o golpe militar frustrado de 15 de julho.

? Peço, do alto deste pódio, a todos os nosso amigos para que tomem as medidas necessárias contra a organização terrorista gulenista pela própria segurança e o futuro de suas nações ? alertou, dizendo que a tentativa foi uma “ameaça às democracias”. ? É evidente da nossa experiência que, se não se lutar cotnra a rede de Gülen, poderá ser muito tarde depois.

A Turquia vive hoje uma série de expurgos que sucedem a tentativa de golpe de Estado em 15 de julho. A onda de repressão afeta todas as categorias da sociedade turca, incluindo jornalistas, professores e intelectuais. Dezenas de milhares de pessoas já foram detidas ou afastadas de cargos públicos, acusadas de intergrarem uma rede ligada ao clérigo, rival do presidente e apontado por ele como mentor da intentona.