Cotidiano

Entidades turísticas de Foz do Iguaçu se posicionam sobre a concessão do Parque Nacional do Iguaçu

Principais questionamentos do trade são as contrapartidas e ingresso com valor único

04/2019 - Foz do Iguaçu - Cataratas Foto: José Fernando Ogura/ANPr
04/2019 - Foz do Iguaçu - Cataratas Foto: José Fernando Ogura/ANPr

Depois de 20 anos, o Parque Nacional do Iguaçu passará por um novo processo de concessão. Em busca de esclarecimentos e adequações, entidades representativas do turismo da cidade e Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu, protocolaram um documento junto ao ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). No documento consta uma série de pedidos de esclarecimentos e alguns questionamentos que são apontados como de interesse geral do setor turístico de Foz do Iguaçu e região, assim como situações que envolvem os municípios lindeiros ao PNI.

O Ofício 339/21, foi assinado pelo Prefeito Municipal de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro, pelo presidente da Câmara de Vereadores, Ney Patrício da Costa, pelo Presidente do COMTUR (Conselho Municipal de Turismo), Yuri Benites e pelo Presidente do Codefoz (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social), Felipe Gonzalez, os quais colocam em cheque o impacto para o setor de turismo da região e suas atividades indiretas.

O documento, entregue ao ICMBio durante Audiência Pública realizada na Câmara de Vereadores, na última quinta (20), questiona firmemente o item da minuta do contrato que especifica a cobrança de taxa única no valor do ingresso, podendo acrescer no custo do ingresso atualmente cobrado reajustes de até 605,89%, com a criação de um passe modelo único, extinguindo assim os modelos de Ingresso Passe Comunidade, Brasileiros, Mercosul e Estrangeiros, que atualmente são aplicados com distinção de valores, concedendo subsídios aos visitantes das regiões mais próximas.

A minuta do edital do novo processo prevê melhorias e até a implantação de um teleférico, investimentos estimados em mais de R$400 milhões, já nos primeiros 3 anos. Para as lideranças locais, o investimento é bem-vindo, mas é preciso mais participação da concessionária no âmbito local de decisões e investimento mais robusto em ações de promoção do destino, para a atração de mais visitantes para a cidade, além de questionar que seja cumprida a obrigatoriedade de manter em funcionamento atrações que não tiveram continuidade, como a operação da visita às Cataratas em noites de lua cheia.

O ofício construído em conjunto, solicita esclarecimentos referente ao estudo de viabilidade realizado para que fosse sugerido uma taxa única de R$ 120,00 no valor do ingresso. Foram ressaltados apontamentos como o comprometimento da demanda estimada de visitantes para a própria unidade de conservação com o incremento agressivo no valor do ingresso, o impacto na composição do custo de pacotes turísticos vendidos por operadores e agentes de viagem, a perda do poder de compra causado pela pandemia nos mercados brasileiro e sul-americano, que representam o maior volume de visitantes do Parque e, por fim, foi colocado que esse incremento pode dificultar a recuperação do setor turístico local uma vez que o destino é muito visitado por famílias que viajam a lazer e uma família geralmente é composta por mais de 4 pessoas, que buscam visitar a ampla diversidade de atratividade da nossa cidade e região, que com esse aumento, certamente ficarão restritos a visitar menos atrações, podendo ocasionar uma drástica diminuição na distribuição de renda no município e seu entorno.

Felipe Gonzalez, que assina o documento pelo Codefoz, e que é também Presidente do Visit Iguassu, afirma que o momento é importante e exige atenção de todos os atores do turismo local. “Ao assumir essa concessão, a empresa terá a responsabilidade não só com um dos principais atrativos turísticos do Brasil, mas principalmente com uma comunidade do entorno e com o mais significativo setor econômico de Foz do Iguaçu.”

Para o Presidente do Fundo Iguaçu, Enio Eidt, a indústria do turismo em Foz do Iguaçu vem prosperado e precisa continuar assim. “Estamos numa busca constante de crescimento e a Gestão Integrada faz sua parte, mas precisamos que nosso Parque entre nesse projeto e proposito da cidade, designando um mínimo de 2% para fazer uma divulgação mundial. Nossa reivindicação é justa, é lista e, principalmente, passível de ser atendida”.

Yuri Benites, presidente do COMTUR, destacou a importância do PNI e o Polo Cataratas para o munícipio. “Queremos que esse novo plano de concessão seja um case para o Brasil. Um modelo de preservação da natureza e com uma melhor atração de visitantes para o Parque e obviamente para a cidade”.

 

04/2019 – Foz do Iguaçu – Cataratas Foto: José Fernando Ogura/ANPr