Agronegócio

Empregos em alta no agronegócio

Em um ano difícil para a economia como um todo, como foi 2017, o agronegócio teve vários motivos para comemorar. Em 2017, ele foi responsável por mais de 44% das exportações brasileiras, que superaram US$ 96 bilhões.

Segundo estimativa da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), o setor contribuiu com 23,5% do PIB brasileiro no ano passado – a maior participação em 13 anos.

Diante desse quadro positivo, a busca por profissionais qualificados e experientes disparou ano passado. De acordo com dados da consultoria de recrutamento Michael Page, as contratações no agronegócio aumentaram em 25% em 2016 e 2017.

As posições mais solicitadas estão nas áreas de operações (50% das contratações), finanças (30%) e vendas (20%). Os salários, em média, variam de R$ 6 mil e R$ 25 mil por mês.

“Há um movimento de profissionalização dos grandes grupos desse segmento e uma crescente necessidade de contratar gestores para posições estratégicas”, afirma Marcelo Botelho, gerente da Michael Page para o setor agro. “Essa tendência deve continuar em 2018”.

A consultoria Exec também registrou esse aquecimento: o volume de contratações no agronegócio cresceu 40% de 2016 a 2017, e já havia subido 20% de 2015 a 2016.

A curva ascendente aparentemente continua este ano, já que as vagas abertas no começo deste ano superaram em 10% o volume de posições trabalhadas no primeiro mês de 2017.

Perfil

A alta nas contratações é acompanhada pelo aumento do interesse do brasileiro por carreiras no agronegócio. Segundo o gerente da consultoria, o segmento está atraindo cada vez mais profissionais por oferecer salários competitivos e boas perspectivas de crescimento profissional.

A solidez do setor em momentos de crise tem atraído executivos oriundos de outros mercados. Nos últimos três anos, 50% dos profissionais presentes nas short lists (listas finais com quatro ou cinco candidatos a serem escolhidos pelo empregador) vieram de outros setores – um fenômeno inédito para esse mercado.

A procura por cursos e treinamentos específicos para atuar na área também está crescendo, já que atualmente o agronegócio exige profissionais mais qualificados do que no passado.

“É preciso ter capacidade de dialogar, além de formação técnica apurada, de preferência em universidades de referência”, diz Botelho. “MBA e um segundo idioma também são diferenciais”.

Para os cargos de liderança, a barra subiu: há dez anos, apenas metade das posições de gestão trabalhada pela consultoria exigia pós-graduação. Hoje, 100% das vagas para esse nível hierárquico geridas pela consultoria pedem diploma de especialização.

Cargos mais quentes

Diante do aquecimento das contratações no setor, a consultoria compilou os cargos e os perfis mais demandados pelas empresas do agronegócio, com sua respectiva remuneração média. Confira:

Gerente de fazenda

Salário médio: de R$ 10 mil a R$ 25 mil

O que faz: Responsável pela gestão direta da fazenda, lidera a equipe técnica e desenvolve pessoas. Também pode assumir a gestão financeira do negócio.
Perfil mais buscado: Formação em engenharia agronômica, de preferência, com pós-graduação em agronegócio. É importante conciliar domínio técnico com capacidade de gestão.

Coordenador técnico: irrigação, tratos culturais, monitoramento de pragas ou controle da qualidade

Salário médio: R$ 6 mil a R$ 12 mil

O que faz: É o “braço direito” do gerente da fazenda no contato com os colaboradores do campo. Cada coordenador é responsável por um certo aspecto técnico da produção e trabalha para garantir produtividade e qualidade, além de mitigar riscos.

Perfil mais buscado: Forte conhecimento técnico associado a boas noções de gestão. Também é preciso ter habilidade de comunicação e liderança. É esperado que esse profissional tenha experiência com capacitação e motivação de equipes.

Controller

Salário médio: R$ 12 mil a R$ 16 mil

O que faz: Planeja, organiza e desenvolve planos financeiros. Além disso, analisa informações contábeis e indicadores de performance para acompanhar as projeções de faturamento do negócio.

Perfil mais buscado: Formação em contabilidade e sólida capacidade analítica. O mercado também busca profissionais capazes de conversar com outras áreas para entender a composição dos custos e aumentar a eficiência do negócio.

Coordenador/gerente comercial

Salário médio: R$ 7 mil a R$ 12 mil + variável

O que faz: Cuida da estratégia comercial do negócio. Seu papel é atender clientes e motivar funcionários e representantes técnicos para a difusão do produto.
Perfil mais buscado: Formação técnica em engenharia agronômica, zootecnia ou veterinária, pela necessidade de “falar a mesma língua” do cliente. É importante ter habilidade para relacionamentos e pensamento estratégico. Fluência em idiomas estrangeiros tem sido mais exigida graças à alta nas exportações.