Cascavel – Vários setores da economia têm buscado a retomada das atividades e a normalidade no faturamento desde o início do ano passado, quando a vacina contra a Covid-19 chegou ao país. Entretanto, os setores de turismo e gastronomia, especialmente hotéis, bares e restaurantes, ainda sentem os impactos da pandemia. Uma nova onda de casos positivos de Covid-19 com a variante ômicron tem ligado um alerta dos órgãos públicos de saúde e de toda a população.
Em Cascavel, 2021 apresentou balanço positivo para a economia com a abertura de 8 mil cadastros de empreendedores somente, de acordo com a Secretaria Municipal de Finanças, que conta hoje com diversas medidas para facilitar a regularização do empreendedor que trabalha de forma autônoma e deseja ter um CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica).
A adesão à tecnologia fez com a demora de até 90 dias para se abrir uma empresa, passasse ter a possibilidade de ser concretizada em apenas dois dias.
“O processo que diz respeito à Prefeitura demora cinco minutos. Mas, dependemos de aprovações do Estado e até mesmo do Governo Federal. Ambos também têm facilitado seus processos. Com isso, o empreendedor ou o contador da empresa não precisam mais comparecer à Prefeitura. Tudo é feito de forma online”, explica o secretário de Finanças de Cascavel, Edson Zorek.
A presidente da AMIC-PR (Associação das Micro e Pequenas Empresas do Paraná), Sonia Xavier, afirma que a Prefeitura tem facilitado a vida de quem está em busca de abrir uma empresa. “É importante encontrar essa facilidade para que o empresário não desista ainda no início do caminho, além de incentivar a regularização dos trabalhadores que empreendem de forma autônoma”, pontua.
“Conduta Segura”
Por outro lado, muitos microempreendedores e pequenas empresas tiveram que fechar as portas. Para reduzir os índices de baixa de cadastros, o Sebrae-PR desenvolveu manuais de Conduta Segura na prevenção contra a Covid-19, bem como repassou orientações aos empreendedores sobre a possibilidade de divulgarem seus produtos em plataformas digitais para buscar novos clientes e manter a rentabilidade dos seus negócios.
Lucas Hahn, coordenador de mercado e varejo do Sebrae-PR. Ele ressaltou a importância de ampliar as vendas utilizando canais virtuais para a divulgação da empresa e seus produtos. “É importante que os empreendedores aprendam a gerir seus negócios, a procurar ajuda especializada e saber trabalhar com ferramentas digitais”, disse o coordenador do Sebrae-PR, que também considera o fim da pandemia como fator definitivo na retomada econômica. “As empresas estão se mantendo com receitas menores, então é importante que a pandemia passe logo para o setor novamente estar consolidado”.
Retomada
Uma pesquisa realizada pelo Sebrae-PR no último bimestre de 2021, com micro e pequenas empresas, que representam 98% de todas as empresas do Brasil, trouxe dados esperançosos. Apesar de 68% dos entrevistados confirmarem a queda de 30% no faturamento em razão da falta de clientes, 83% dos empreendedores afirmaram que querem fazer investimentos neste ano, seja em reforma, contratação de funcionários e até mesmo aumentar o mix de produtos.
A pesquisa apontou que 55% das empresas estão funcionando com mudanças causadas pela pandemia, sendo que 74% delas migraram ou incorporaram plataformas digitais como canais de venda. A falta de clientes tem sido um fator chave para o declínio do setor empresarial.
Os empreendedores acreditam que o faturamento este ano vai ser melhor do que o ano passado, mas projetam que a economia só vai voltar ao normal em fevereiro de 2023.
Redação: Paulo Eduardo
Programa Empreender é uma das ferramentas
O consultor do Programa Empreender da Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel), Gerson Grassia, explicou que a associação conseguiu fazer, em média, cinco ações por mês em 2021, entre palestras, oficinas e workshops. A associação também realizou capacitações durante o ano, especialmente voltadas ao mundo digital, que alavancou nos últimos 12 meses.
O consultor também tem percebido um “novo otimismo” por parte dos empresários associados. “Hoje existem várias salas comerciais que estavam livres e passaram a ser ocupadas. São pessoas saindo do trabalho formal para empreender. Isso mostra um pouco deste otimismo na prática”, ressaltou.
O Programa Empreender foi adaptado pelo Sebrae à realidade brasileira. É um projeto que existe em todo o país e que agrupa empresas do mesmo seguimento, com mesmas necessidades e desafios. A Acic foi a primeira associação comercial do Paraná a adotar os conceitos dos núcleos setoriais e multissetoriais, ainda em 1998. Por meio do programa, os empreendedores se reúnem e buscam solucionar problemas em comum.
Para se organizar e manter as atividades, o consultor contou que os empreendedores que participam dos núcleos setoriais passaram a rever o planejamento com mais frequência. Os encontros que ocorriam a cada seis meses ou mais estão acontecendo a cada dois ou três meses.
Desta forma, os empreendedores conseguem tomar as melhores decisões para a empresa e atingir patamares superiores em comparação aos profissionais liberais não associados, por exemplo. “Hoje em dia é muito vantajoso se tornar um associado da Acic, porque o empresário tem acesso a palestras, reuniões, podcasts, capacitação e a participar dos núcleos setoriais, entre outros benefícios”, enfatizou Grassia.
