Cotidiano

?Embargo americano é brutal e desumano?, diz Fidel Castro

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LISBOA ? Em um encontro com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, em Havana, o ex-presidente cubano, Fidel Castro, chamou o embargo de Washington a Cuba de brutal e desumano. E disse que o povo do seu país jamais o aceitará. A declaração vem um dia depois que os Estados Unidos pela primeira vez se abstiveram de votar na ONU contra uma resolução que pede o fim do embargo americano ? mais um passo no processo de normalização das relações diplomáticas entre os dois países.

Uma nota oficial divulgou que Castro e Rebelo de Sousa conversaram sobre fdiferentes assuntos em seu encontro. Dentre eles, esteve a votação de quinta-feira na Assembleia Geral das Nações Unidas. O governante português conndenou o embargo, sob a justificativa de que esta é uma ação extraterritorial rechaçada universalmente.

?O povo do nosso país não está disposto a esquecer os danos humanos e econômicos provocados pelo bloqueio?, disse Castro.

Esta foi a 25ª vez que a Assembleia Geral aprova a resolução apresentada por Cuba, mas agora a mesma teve o voto favorável de 191 dos 193 países que a integram. Israel também se absteve de votar.

A mudança de postura dos EUA é mais um passo no processo de normalização das relações diplomáticas entre os dois países. Defendido pelo presidente Barack Obama, o fim do embargo depende de aprovação no Congresso, controlado por republicanos.

Na semana passada, o presidente da Câmara baixa do Congresso dos EUA, o republicano Paul Ryan, expressou sua intenção de manter de pé o bloqueio, denunciando os passos de Obama para reduzir as sanções à ilha.

A Casa Branca anunciou há duas semanas um novo pacote de alívio às sanções comerciais contra a ilha caribenha. Dessa forma, Washington poderá autorizar licenças para a importação de alguns produtos farmacêuticos de origem cubana e iniciativas conjuntas para investigações médicas. A medida também retira os limites de valor monetário que os viajantes autorizados podem importar em produtos de Cuba aos EUA.

Neste mês, as delegações de Cuba e dos Estados Unidos se reuniram para discutir sobre os direitos humanos, uma questão em que ambas as nações dialogam no marco da aproximação diplomática.

Em dezembro de 2014, Washington e Havana surpreenderam o mundo ao anunciar o início de um histórico processo de degelo, após meio século de ruptura e desconfiança. As relações diplomáticas entre os dois países foram formalmente reestabelecidas em 2015.