Cotidiano

Em um ano, gestora apreendeu apenas três armas em seis presídios do Amazonas

MANAUS ? No período de um ano, a Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap) do Amazonas e a empresa Umanizzare Gestão Prisional conseguiram apreender apenas três armas de fogo em revistas realizadas em seis unidades prisionais no Amazonas.

Os números constam de um balanço das apreensões realizadas ao longo de 2016, divulgado 11 dias antes do massacre que deixou 60 mortos no sistemas penitenciáio de Manaus. No mesmo período, foram apreendidas 360 facas.

Segundo o material, 18 revistas humanizadas foram realizadas na Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa (CPDRVP), nos Centros de Detenção Provisória Feminino (CDPF) e Masculino (CDPM), no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) e no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat).

Na última segunda-feira, depois do confronto entre facções, o secretário estadual de Segurança, Sérgio Fontes, relatou que foram encontradas quatro pistolas e uma espingarda calibre 12 no Compaj.

No entanto, vídeos que registraram o massacre mostram que os detentos também usaram armas brancas e coletes à prova de bala, além de estarem com muitas munições. Três dias após o conflito, não foi apresentado um balanço final das armas e objetos ilícitos encontrados.

Segundo o delegado Ivo Martins, que comanda as investigações, a perícia esteve no local para recolher provas e objetos e esses materiais devem ser entregues na tarde desta quinta-feira, junto com o relatório do total apreendido.

? Terei esse balanço da quantidade de armas recolhidas pela perícia somente após a reunião com os peritos. Após isso, será possível dizer quantos objetos foram apreendidos ? afirmou Ivo Martins.

O balanço de 2016 divulgado pela Seap apresenta, ainda, outros objetos apreendidos durante as revistas. Ao todo, segundo a secretaria, foram apreendidos 1.285 objetos ilícitos, incluindo 360 estoques e facas, 316 carregadores de celular, 202 celulares, 109 chips de celular, 78 bebidas alcoólicas, 70 baterias de celular, 65 ferramentas diversas, 38 trouxinhas de entorpecente, 30 cartões de memória e pen drive e outros 14 objetos diversos.

No material, o secretário estadual de Administração Penitenciária, Pedro Florêncio, destaca que “as revistas se baseiam nos conceitos de humanização, respeitando o espaço e pertences dos internos, sem deixar de lado o objetivo de retirar materiais proibidos de circulação”.

? As revistas têm a função de localizar objetos ilícitos, em especial os aparelhos celulares, entorpecentes e estoques, que são objetos que não contribuem para a ordem e disciplina do sistema ? destacou.

Ainda sobre as revistas Florêncio reforça que “a atuação dos servidores da Seap e Umanizzare nos procedimentos de revista humanizada é fundamental para alcançar o êxito nas missões”.

? Recomendamos a todos os servidores que participam da revista o zelo, respeito, responsabilidade e compromisso na atividade executada. Até o presente momento nenhuma ocorrência negativa foi registrada sobre o desempenho profissional e ético dos servidores nessas ações, fato reconhecido inclusive pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Amazonas ? pontua.