Cotidiano

Em sua última viagem oficial, Obama defende uma ?Europa forte e unida?

OBAMA-GREECE_ATENAS ? Uma Europa forte e unida é importante para o mundo. A afirmação foi feita nesta terça-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que reiterou a necessidade de reduzir a dívida externa da Grécia.

“Acreditamos que uma Europa forte, próspera e unida não é somente positiva para os povos europeus, mas também para o mundo e para os Estados Unidos”, afirmou Obama ao ser recebido pelo presidente grego Prokopis Pavlopoulos.

Obama iniciou na manhã desta terça-feira um giro pela Grécia e Alemanha, e depois Peru, a última viagem oficial que realiza antes de deixar a Casa Branca, em 20 de janeiro de 2017.

“É importante nesta última viagem ao exterior visitar o berço da democracia”, acrescentou o presidente americano, que permanecerá na Grécia até esta quarta-feira.

Após reunir-se com o primeiro-ministro Alexis Tsipras, Obama disse que a austeridade, por si só, não permite que se alcance a prosperidade.

“Seguirei enfatizando que, em nossa opinião, a austeridade por si só não pode trazer prosperidade”, disse Obama diante de Tsipras.

OBAMA-GREECE_ (2)O presidente americano também lembrou que era importante reduzir a dívida externa da Grécia, e felicitou os gregos por sua grande compaixão para com a crise migratória, pedindo que não os deixem sozinhos frente a este desafio.

“Estamos de pé, apesar das dificuldades dos últimos cinco anos, continuamos a defender nossos ideais”, disse, por sua vez, Alexis Tsipras.

?A visita de Obama é emblemática e excepcional, que marca um reconhecimento aos esforços dos gregos para acertar o problema da dívida e estabilizar a região?, destacou o porta-voz do governo de Atenas, Dimitris Tzanakopoulos, em entrevista ao jornal governamental Avghi.

Após a imposição de draconianas medidas de austeridade em troca de um plano de resgate internacional, a Grécia tenta sair da recessão, com uma leve recuperação econômica.

“Creio fervorosamente que para realizar reformas que se sustentem no tempo a gente necessita de esperança?, disse Obama em entrevista o jornal grego Kathimerini, na qual prometeu pedir aos credores da Grécia que tomem as medidas necessárias, em especial com respeito a um alívio da dívida, para que o país possa retomar seu crescimento econômico.

Embora os Estados Unidos contem com o apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI), este tema enfrenta a intransigência da Alemanha, motivo pelo qual é pouco provável que haja um avanço a respeito.

Na quarta-feira, está programado um dia mais simbólico, no qual o presidente americano vai visitar a Acrópole e, em seguida, fazer um discurso sobre os desafios da globalização. Há uma expectativa sobre este discurso num momento de efervescência de vários movimentos populistas de ambos os lados do Atlântico.

O 44º presidente dos Estados Unidos provavelmente havia imaginado um outro olhar para esta sua última viagem como governante, mas a chegada de Donald Trump à Casa Branca provocou surpresa e inquietação.

Nesta quarta-feira, Obama partirá de Atenas rumo à Alemanha, onde se reunirá com a chanceler Angela Merkel. Em Berlim, ele manterá encontros também com o presidente francês François Hollande, a primera-ministra britânica Theresa May e o chefe de governo da Itália, Matteo Renzi. A viagem de Obama deve terminar no próximo fim de semana no Peru, onde participará do Fórum de Cooperação Econômica Ásia_Pacífico (APEC) e se reunirá com o presidente chinês Xi Jinping.