Cotidiano

Em sessão da Comissão do Impeachment, senadores não mencionam prisão de Paulo Bernardo

BRASÍLIA – A comissão especial do Senado que analisa o processo de impeachment ouve nessa quinta-feira mais três testemunhas de defesa. A reunião começou às 11h23h e transcorre sem que tenha havido qualquer menção à prisão do ex-ministro Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que integra o colegiado e é uma das principais defensoras da presidente afastada Dilma Rousseff. A petista não está presente. O único comentário até o momento foi feito de maneira transversa pela advogada da acusação, Janaina Conceição Paschoal.

– Todo santo dia tem um escândalo envolvendo o partido da presidente. Isso não se pode negar – disse Janaina.

A comissão ouvirá agora Esther Dweck, sx-secretária de Orçamento Federal. Ela tinha sido dispensada pelos senadores, mas foi arrolada, agora, pela defesa. Será o último depoimento do dia.

O primeiro depoimento durou uma hora e meia. Anderson Lozi da Rocha, subsecretário de Planejamento, Orçamento e Administração do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, reiterou que não cabia ao órgão em que atua verificar se havia cumprimento da meta no momento da edição do decreto. Destacou que foi feita apenas a solicitação do crédito com base nos critérios que estava em vigor.

– Não é nossa função fazer as outras avaliações – disse Rocha.
Na sequência, foi dispensada a segunda testemunha prevista, Leandro Freitas Couto, diretor da Associação Nacional dos Servidores de Carreira de Planejamento e Orçamento. O relator, Antonio Anastasia (PSDB-MG), foi quem fez o pedido, dizendo que o depoimento seria como especialista, o que foi acertado que não haveria. O advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, pediu para que lhe fosse permitido ler ao menos a nota da entidade na qual se afirma que não há qualquer ilegalidade na edição dos decretos. Após a leitura, Cardozo concordou com a dispensa.

O novo cronograma da comissão prevê a continuidade de depoimentos até a próxima quarta-feira, dia 29. No dia 6 de julho está marcado o depoimento da presidente Dilma Rousseff. Ela não é obrigada a comparecer e pode ser representada pelo advogado, o ex-ministro José Eduardo Cardozo. A previsão é de que o processo chegue para a decisão final do plenário no final de agosto.