Esportes

Em São Januário, Vasco leva a virada do Paraná no fim

Na noite desta terça-feira, São Januário assistiu à segunda derrota do Vasco em casa na Série B e viu a torcida perder a paciência com alguns jogadores, como Julio dos Santos, Aislan e Mádson, vaiados. Menos mal que pouca coisa indica, na realidade desta Série B, que a turbulência tenha consequência grave. Mesmo após sofrer a virada por 2 a 1 diante do Paraná, o time tem três pontos de folga na liderança e sete em relação ao primeiro time fora do G-4.

O primeiro tempo teve um Vasco admirável durante 10 minutos e reprovável dali até o intervalo. Cada uma destas fases resultou em um gol, o que explica o 1 a 1 que os times levaram para o vestiário.

Dono da bola no início do jogo, o Vasco colocava em prática o que tem de melhor: tocava a bola com acerto e controlava o jogo. Curiosamente, o gol foi sair numa jogada aparentemente banal: arremesso lateral de Mádson, que encontrou Nenê. No caso do Vasco, não parece casual, afinal um lance quase idêntico já resultara em gol diante do Náutico.

O que havia de boas sensações na noite de São Januário terminou por aí. O time decidido do início do jogo deu lugar a um Vasco frouxo na marcação, presa fácil diante de todo tipo de investida do Paraná Clube: nas bolas longas buscando Lúcio Flávio, um atacante que gosta do jogo físico, os defensores eram batidos; nas tramas através de passes, sobravam espaços para a armação de jogadas. Lúcio Flávio já perdera gol aos 12 minutos e o empate parecia questão de tempo. Assim como o gol do Vasco, saiu da forma menos convencional. Uma falta ao lado da área terminou numa improvável cabeçada de Jorge Henrique que, além de ter pouca estatura, jogou a bola para o próprio gol.

Atuações ruins, em geral, conduzem à busca por um vilão. É quase regra no Brasil. Ontem, coube a Julio dos Santos, que voltou ao time após William, querido pela torcida, se ausentar para casar. É verdade que Julio dos Santos tem passe melhor, embora com ele o time perca combatividade. É um dilema, mas ontem a frouxidão defensiva do time ameaçava comprometer o jogo.

Vaiado, o meia chegou a olhar fixamente para a arquibancada, parado em campo com a bola no pé. Irritou o público instantes antes de ser sacado por Jorginho. Quem entrou? William, que logo se tornaria personagem involuntário.

O Vasco já ameaçava melhorar antes mesmo da troca. Conservava mais a bola e criava. Aos 13, um lindo lance de Nenê resultou em chute de Andrezinho no travessão. O Vasco retomava a bola com mais frequência e pressionava, mas falava clarividência para criar mais. Mesmo assim, tinha o jogo na mão. Até um lance estabanado em que, antes de esbarrar no companheiro, Aislan chutou a bola contra o corpo de William. Na sobra, a dois minutos do fim, Murilo fez 2 a 1.

VASCO 1 X 2 PARANÁ

Local: São Januário, no Rio de Janeiro (RJ)

Data e hora: 28/6/2016 – 20h30

Árbitro: Rodrigo Batista Raposo (DF)

Auxiliares: José Reinaldo Nascimento Júnior (RJ) e Lehi Sousa Silva (DF)

Renda e público: R$ 91.210,00 – 3.035 pagantes

Cartões amarelos: Julio dos Santos, Jorge Henrique e Leandrão; Robert

Gols: Nenê (6'/1ºT), Jorge Henrique, contra (35'/1ºT), Murilo Rangel (42'/2ºT)

Vasco: Martin Silva, Madson, Luan (Aislan, 44'/1ºT), Rodrigo e Henrique; Diguinho, Julio dos Santos (William Oliveira, 10'/2ºT), Andrezinho e Nenê; Jorge Henrique (Eder Luis, 26'/2ºT) e Leandrão – Técnico: Jorginho.

Paraná: Marcos, Diego Tavares, Leandro Silva, Alisson e Rafael Carioca (Claudevan, 22'/2ºT); Basso, Murilo Rangel, Robson e Valber (Henrique, Intervalo); Fernandes e Lúcio Flávio (Robert, 34'/2ºT) – Técnico: Marcelo Martelotte.