Cotidiano

Em reunião ministerial, Temer pede rapidez para medidas econômicas

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BRASÍLIA – Em reunião no Palácio do Planalto na manhã desta terça-feira com integrantes da equipe econômica e ministros de outras áreas, o presidente interino Michel Temer pediu celeridade no levantamento de informações sobre medidas para alavancar a economia e sobre o que pode ser incluído nos pacotes de concessões e privatizações que o governo planeja lançar. A intenção de Temer é anunciar as primeiras medidas econômicas dentro de duas semanas.

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Segundo relatos de presentes, a discussão girou em torno de três eixos sobre os quais Temer pediu prioridade: as medidas do ajuste fiscal, com corte de gastos e o cumprimento da meta fiscal que prevê um déficit de R$ 170,5 bilhões, além dos projetos que tramitam no Congresso, como o do teto de gastos; ações para incrementar as exportações, como forma de ampliar a arrecadação; e o programa de concessões e as privatizações, para que a iniciativa privada possa injetar dinheiro na economia.

A equipe econômica deve apresentar até o final desta semana uma nova previsão de contingenciamento no Orçamento, que deve girar em torno de R$ 20 bilhões, diante da queda de receitas verificada nos últimos meses. A ideia, com a reunião de hoje, é apresentar uma perspectiva de que, mais à frente, poderá haver geração de novas receitas que possibilitem o descontingenciamento. Apesar disto, o governo quer ter uma visão realista, já que muitos dos projetos para reaquecer a economia dependem de aprovação no Congresso.

A despeito do pedido de pressa, na reunião, o secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República, Moreira Franco, voltou a alertar Temer de que há uma resistência, entre os investidores, ao lançamento de um pacote de concessões antes da conclusão do processo de impeachment.

? Não adianta lançar um pacote agora se não se sabe com quem os contratos serão assinados ? afirma um interlocutor de Moreira.

A pasta comandada por Moreira marcou para a primeira semana de agosto a primeira reunião do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos. A intenção é anunciar, já na semana seguinte, a primeira carteira de investimentos, que deverá ser focada em aeroportos, rodovias e portos.

? O presidente Michel pediu celeridade na elaboração dessas medidas porque ele quer anunciar parte delas daqui a duas semanas. Não será o conjunto de todas elas, até porque a parte de concessão deve ficar somente para depois do impeachment ? afirmou o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), que participou da reunião.

Os ministros Dyogo Oliveira (Planejamento) e Henrique Meirelles (Fazenda) fizeram uma exposição sobre o cenário econômico, afirmando que há sinais claros de houve uma reversão no ritmo da economia, com melhoras nas expectativas sobre inflação, trajetória dos juros, índice de confiança do consumidor, percepção de risco no país e reação do PIB. Segundo relatos, Meirelles afirmou que boa parte de sua agenda tem sido para atender investidores interessados em aplicar recursos no país.

Além de Dyogo Oliveira e Henrique Meirelles, participaram os ministros Blairo Maggi (Agricultura), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), Eliseu Padilha (Casa Civil), José Serra (Relações Exteriores), Marcos Pereira (Desenvolvimento) e Alberto Alves (interino do Turismo).