Cotidiano

Em reunião em SP, Temer faz balanço e se compromete com reformas

BRASÍLIA – Em reunião com integrantes do governo, aliados e os presidentes da Câmara e do Senado no escritório da Presidência em São Paulo, o presidente interino Michel Temer fez um balanço dos números de sua gestão até o momento e reafirmou compromisso com a contenção de gastos e a aprovação de reformas estruturais.

No encontro, Temer destacou que a aprovação da PEC que impõe um teto para os gastos públicos é fundamental para o governo e que, após o impeachment, haverá forte mobilização do Executivo para aprovar a medida, que precisa de 308 votos na Câmara e 49 no Senado. A previsão dada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é de que seja votada a partir da segunda quinzena de outubro.

O presidente interino falou ainda dos aumentos salariais concedidos a diversas categorias, justificando que já estavam previstos no Orçamento. Sobre as outras três propostas de reajuste que estão em análise no Congresso ? para ministros do Supremo, procurador-geral da República e defensoria pública ?, foi dito na reunião que, no caso dos defensores públicos, há uma discrepância em relação aos demais servidores que foram pautados pela inflação e, portanto, a proposta deve ser revista.

Sobre o aumento do teto salarial do funcionalismo, limitado pelos salários dos ministros do Supremo, Temer afirmou que acredita ser difícil não aprovar, mas externou preocupação com o impacto que isto terá, principalmente, nas contas dos estados.

Já o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse na reunião que é fundamental o governo superar o desafio da comunicação com a sociedade na hora de discutir as reformas estruturais, como a da Previdência. Renan afirmou que a grande batalha do governo será convencer a sociedade de que as reformas não irão tirar direitos, e que é preciso votar as medidas agora, mas que os resultados somente virão a médio prazo.

Segundo relatos, Temer demonstrou otimismo em relação ao período que seu governo irá inaugurar caso o impeachment seja aprovado, mas lembrou que o tempo é curto e que a recuperação da economia é uma construção cujos resultados virão em um prazo de, no mínimo, dois anos.

Além de Temer, Renan e Maia, participaram da reunião os ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Dyogo Oliveira (Planejamento), Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira de Lima (Governo), o secretário do Programa de Parceria de Investimentos, Moreira Franco, o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP), o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), o deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP), a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) e o senador Romero Jucá (PMDB-RR).