Cotidiano

Em quatro anos, gastos somam R$ 58 milhões

Cascavel – Em tempos de crise, muita se fala em reduzir gastos e enxugar a máquina pública. Esse tem sido o discurso de diversos políticos eleitos nas eleições municipais deste ano. O próprio prefeito eleito de Cascavel, Leonaldo Paranhos (PSC), assumiu o compromisso de combater o desperdício e reduzir a máquina pública. E a Câmara de Vereadores? Qual foi o custo dos 21 vereadores durante o atual mandato, que se encerra no dia 31 de dezembro?

Essas perguntas instigam a curiosidade e também o bolso dos contribuintes. Afinal, são eles os principais agentes de receitas públicas por meio do pagamento de impostos. A reportagem fez um levantamento dos gastos da Câmara Municipal nos últimos quatro anos.

Nesse período, a Casa de Leis foi dirigida por dois presidentes. O deputado estadual Marcio Pacheco (PPL) presidiu a Câmara entre 2013 e 2014, enquanto o atual presidente, Gugu Bueno (PR), assumiu o mandato em 2015 e o encerra no dia 31 de dezembro de 2016. Em quatro anos, os gastos legislativos somaram R$ 58.091.386,43, o que representa uma média de R$ 14,5 milhões/mês. Nos dois anos da gestão Pacheco, as despesas alcançaram R$ 28.098.10,38 e a atual R$ 29.993.376,05.

O pacote de gastos engloba subsídios para 22 parlamentares, quase 80 assessores de gabinete e da presidência e aos servidores concursados. Além disso, as despesas usuais para manter a máquina pública, como material de expediente, limpeza, combustível, telefonia e outras.

Atualmente, o vereador tem um contracheque mensal de R$ 11.303,50, com os descontos em folha viram R$ 8.650,51. Dos 21 parlamentares, Jorge Bocasanta (Pros) renunciou o salário pelo de médico. Porém, a Câmara segue pagando os subsídios dos vereadores Mário Seibert e Paulo Bebber.

Seibert foi afastado do mandato pela Justiça em janeiro de 2013 e Paulo Bebber em dezembro de 2014. Os dois respondem as ações de improbidade administrativa. 

Até 2012, a Câmara de Cascavel tinha 15 cadeiras. Ao assumir o mandato em 2013, Pacheco adotou uma política de austeridade e com o apoio da Mesa Diretora deliberou por cortes de cargos de diretorias, fim dos supersalários, redução e extinção de gratificações, divulgação na internet dos cargos e salários, desconto no pagamento de vereadores que faltam sessões, entre tantas outras medidas.

O atual presidente, Gugu Bueno, seguiu o mesmo rumo de seu antecessor, com adoção de uma política de austeridade.