CARACAS ? Manifestantes da oposição e do oficialismo se encontram em um novo dia de protestos na capital da Venezuela. Em meio a uma guerra política, a coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) previu que a marcha contra o governo do presidente Nicolás Maduro chegaria até o órgão eleitoral do país. A exigência dos opositores é que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) defina um cronograma para as eleições de 2017, enquanto o país vive uma grave crise sócio-econômica.
Frente a uma multidão, Henry Ramos Allup, líder opositor e ex-presidente da Assembleia Nacional, reforçou a pressão ao governo:
? A única forma de sair da atual situação política e econômica do país é mediante a pressão das ruas para exigir ao Conselho Nacional Eleitoral a data das eleições regionais.
Convocada para as 10h (horário local), a manifestação opositora prometeu desafiar a proibição de realizar manifestações nos arredores do CNE. Durante os últimos meses, houve uma série de protestos na Venezuela ? inflamados pela campanha da oposição em favor de um referendo revogatório que poderia encurtar o mandato de Maduro.
? Sabemos que não vão nos deixar chegar, mas também sabemos que, mesmo se chegarmos ao CNE neste dia, não se acabará com este regime ? afirmou Juan Guaidó, deputado opositor em Caracas., antes do protesto.
Por sua vez, os apoiadores de Maduro também saem às ruas nesta segunda-feira. Eles passarão por vários pontos da capital, incluindo a sede do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).
O metrô de Caracas anunciou que 13 estações estavam fechadas nesta segunda-feira, para resguardar a segurança de passageiros e funcionários. Nos recentes protestos, houve episódios de violência e confrontos com a polícia.
A Venezuela vive uma profunda crise política e econômica, que inclui a grave escassez de produtos básicos. Nas prateleiras de lojas e supermercados, faltam remédios, alimentos e intes de higiene. Além disso, o país tem a inflação mais alta do mundo.
