Cotidiano

Em gravação, presidente da Câmara do DF volta a falar sobre propina

BRASÍLIA – A presidente da Câmara Legislativa do DF, Celina Leão, teria reclamado dos deputados da Mesa que estariam tentando ?dar um tombo? nela e na distrital Liliane Roriz (PTB), num suposto esquema de corrupção para desviar dinheiro da Saúde. O plano, porém, não teria ido adiante, porque ela ?puxou a carroça?.

O diálogo, obtido pelo GLOBO, aparece nas gravações entregues pela própria Liliane em denúncia ao Ministério Público do DF. Segundo a parlamentar, Celina explicava no áudio porque uma emenda de R$ 31 milhões – em que metade seria destinado à Educação, por sugestão de Liliane, e a outra metade à Saúde – foi modificada de última hora pela Mesa para pagar dívidas com empresas de UTI.

No áudio, Liliane diz que não queria ?criar caso?, ao que Celina responde:

– Mas foi bom você ter criado caso. Os meninos foram ?mala?. Eles querem fazer as coisas assim na (inaudível). Aqui na cara deles. Aí eu chamei eles lá na hora, aquela hora que eu chamei eles, eu chamei eles e falei assim: ?olha, a Liliane tá no projeto, porque eu já tinha atendido ela, aí vocês querem botar em outro lugar e não querem botar ela no grupo?.

Celina continua a explicação:

– O quê que eu acho? Eles pensaram o seguinte: como as meninas não se manifestaram nada, nós vamos dar o tombo nas meninas. Aí eu virei a carroça: ?Não vou votar isso, não. Eu tinha combinado de votar o da Liliane. Por que eu vou votar o de vocês??

E finaliza:

– Acho que eles queriam entubar a gente.

A presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Celina Leão (PPS), afirmou mais cedo que os grampos de Liliane foram ?editados? e colocados fora do ?contexto?, talvez por ?inveja?. Ela disse que a petebista, com quem sempre teve relação conturbada, pode estar agindo a serviço do governador do DF, Rodrigo Rollemberg, para barrar a CPI da Saúde em curso na Casa. Celina acusou Liliane de também querer desqualificar a Mesa em virtude do processo de cassação que pode ser pautado contra ela por causa da condenação na Justiça por improbidade administrativa.