Cotidiano

Em época difícil, interior mostra sua força

Em 2013, a participação do interior havia sido de 58,8%. A Região Metropolitana de Curitiba ficou com 39,7%, contra 41,2% no ano anterior

Cafelândia – Os municípios do interior conquistaram, em 2014, a participação recorde de 60,3% no Produto Interno Bruto do Paraná, de acordo com dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social. Em 2013, a participação do interior havia sido de 58,8%. A Região Metropolitana de Curitiba ficou com 39,7%, contra 41,2% no ano anterior. 

“O Estado rompeu com um padrão centenário de concentração da riqueza em Curitiba e municípios próximos, que décadas atrás chamávamos de Paraná Tradicional. Hoje todas as regiões do Estado estão integradas pela infraestrutura de transporte e também pelo desenvolvimento homogêneo da economia, pela redução dos desequilíbrios regionais”, afirma o governador Beto Richa.

O crescimento do interior – que desde 2010 vem ganhando espaço – foi impulsionado, principalmente, pelo agronegócio e por investimentos industriais. De acordo com o economista Julio Suzuki Júnior, diretor-presidente do Ipardes, a diversificação e a industrialização da produção agropecuária deram força para os pequenos municípios na geração de renda e emprego. “Além disso, houve migração dos investimentos para o interior, atraídos pelo programa estadual de incentivos Paraná Competitivo. Isso reverteu a tendência de concentração econômica que se viu nos anos 2000, quando a economia do Paraná era bastante concentrada na região de Curitiba”, diz Julio.

Nos últimos anos, a Região Metropolitana foi especialmente afetada pela crise econômica, o que ajuda a explicar a redução da participação da RMC no PIB estadual. A região concentra a indústria automotiva e de serviços no Estado. A maior renda per capita entre os 50 municípios do Oeste é a de Cafelândia, de R$ 61,4 mil. O resultado está ligado à presença no município da Copacol, uma das maiores cooperativas do Brasil, e da força do seu agronegócio.

Pequenos ganham força

Os dados mostram, ainda, que houve um crescimento da participação dos municípios com menos de 100 mil habitantes na economia do Estado. Em 2010, eles representavam 35,4% do PIB paranaense. Em 2014, essa presença chegou a 38,4%, contra 37% em 2013. 

Maiores economias

As cinco cidades com maior PIB no Estado em 2014 foram Curitiba (R$ 78,9 bilhões), São José dos Pinhais (R$ 23,2 bilhões), Londrina (R$ 15,8 bilhões), Maringá (14,2 bilhões), e Ponta Grossa (R$ 11,6 bilhões). A principal mudança no ranking, porém, veio com Cascavel, que atingiu um PIB de R$ 9,2 bilhões e superou Foz do Iguaçu com R$ 8,7 bilhões. 

Outra novidade é que o Paraná passou a ter, em 2014, oito cidades entre as 100 maiores economias do Brasil. Em 2013, eram sete. Além de Curitiba, na quinta colocação, está São José dos Pinhais, na 32.ª posição, Londrina (50ª ), Maringá, (59ª), Ponta Grossa (72ª ), Foz do Iguaçu (90ª), Cascavel, (97ª) e Araucária, na 98ª posição.