Cotidiano

Em entrevista, Bárbara Paz relembra últimos anos de vida do marido Hector Babenco

RIO ? “Queria mostrar com os meu olhos esse homem que eu tanto amei e tanto vi. Ele é uma fênix”. Foi com esses mesmos olhos, agora marejados, que a atriz Bárbara Paz descreveu a missão de documentar os últimos meses de vida do marido Hector Babenco em entrevista ao “Programa com Bial”, que foi ao ar na noite deste domingo no GNT. Vítma de uma parada cardíaca, o cineasta argentino, que assinou filmes como “O beijo da mulher-aranha” (1985), “Pixote: A lei do mais fraco” (1981) e “Carandiru” (2003), morreu em julho deste ano. Links Bárbara Paz

Após assistir a algumas cenas de seu próprio filme, que ainda não está pronto, a atriz explicou que o documentário será íntimo e pessoal. “Ele tinha essa urgência de ser filmado e eu tinha a urgência de registrar esse homem que eu conheci”, contou ela, explicando ainda que as imagens são apenas um “sopro” de todo material capturado por ela.

A ideia de fazer o documentário veio há cinco anos quando, em Paris, o cineasta passou mal e foi parar no hospital. “Começou ali. Foi quado disse: quero fazer um documentário seu, não da sua obra”, explicou Bárbara, que organiza ainda um livro de poesias inéditas do diretor, com quem foi casada por nove anos. “A nossa convivência foi a maior experiência da minha vida. De felicidade, de descobrimento, do amor genuíno, de um amor que é uma grande amizade. Então, essa saudade, essa cumplicidade que a gente teve… Não tenho como explicar em palavras isso”.

Segundo ela, contudo, o filme teve que ser adaptado depois do falecimento do marido. “O filme inverteu, porque ele não ia embora agora. Ainda tínhamos vários planos”.

Questionada por Bial sobre a possibilidade de o cineasta ter sentido que partiria este ano, a atriz simplesmente concordou. “E como você percebeu isso?” ? insistiu Bial, a quem ela se limitou a responder: “Você vai ver no filme”.

Indicado ao Oscar de melhor diretor em 1985, sua mais recente obra “Meu amigo hindu”, foi lançada ainda este ano. O filme, assumidamente autobiográfico, traz como protagonista um diretor de cinema chamado Diego (Dafoe), enfrentando um câncer linfático ? tal qual Babenco, nos anos de 1990. Quando confrontado pela Morte (Selton Mello), ele expressa apenas um desejo: realizar mais um filme. Talvez por isso, as cenas do tease do documentário traga as seguintes frases do diretor: “Primeiro você começa a ver que você não é infinito. E há um momento em que as coisas terminam”.

Veja o vídeo abaixo:

Vídeo – Bárbara Paz